Se você já teve a curiosidade de estudar um pouco da história da Paixão de Cristo, um dos eventos mais fulcrais da história da humanidade, então você deve saber que o procurador romano Poncio Pilatos, enquanto julgava Jesus Cristo, em respeito à tradição judaica de libertar algum prisioneiro, na Páscoa, perguntou à multidão ali presente quem ela gostaria de ver livre: Jesus Cristo, preso apenas por propor uma nova forma de ver o mundo e por questionar a hipocrisia dos fariseus, ou Barrabás, que era um rebelde terrorista, membro de uma facção criminosa que se insurgia clara e diretamente contra os romanos, com participação comprovada em, pelo menos, uma morte violenta. A escolha popular, nós já sabemos qual foi, mas a retenção de Jesus Cristo nas mãos das autoridades, para ser empregado como bode expiatório, mais tarde, seria compreendida como providencial e essencial, para redenção dele próprio e, sobretudo, de toda aquela parcela da humanidade que nele creu.
Aqui na nossa realidade contemporânea brasileira, repare que nem tudo parece perdido. Ao longo desta Quaresma, foram gradativamente libertados muitos daqueles populares que entraram nas sedes dos três poderes, no dia 8 de janeiro passado próximo, que estavam presos, desde então, e que foram apelidados por bandas podres do governo e da imprensa de "terroristas" (enquanto os terroristas de verdade estavam mandando ver, no Rio Grande do Norte, há poucas semanas, Estado que foi um dos primeiros, logo no Dia da Mentira passado próximo, 1º de Abril, a reajustar o ICMS), especialmente no entorno do Dia Internacional da Mulher, quando foram soltas pouco mais de cem mulheres que estavam detidas. Não se sabe se, entre aquelas mulheres agraciadas estaria uma estudante de medicina da USP, de origem cearense, filha de um militar falecido, mas se sabe que a sua colega da mesma faculdade, acusada de desvio de uma grande soma em dinheiro apurado por sua comissão de formatura, além de haver dado calote numa casa lotérica, seguia em liberdade e frequentando aulas, até a última semana.
Por essas e outras, você pode julgar como julga nosso Poder Judiciário. Nunca antes na história deste país se viu um judiciário concentrar tantos holofotes e poder, além de fazer tanta militância política tendenciosa, indiretamente, além de fazer pouco caso de um despautério dito por um presidente da República contra um senador que teve suas integridades e de seus familiares ameaçadas, recentemente. E tudo isso, enquanto batemos a marca de mais de 700.000 mortes por COVID-19 computadas no Brasil. Deus tenha misericórdia de nós.
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