Você já deve saber que está em vigor, desde o dia 8 passado próximo, uma lei que determina aos veículos automotores que trafeguem com faróis baixos acesos, durante o período diurno, em rodovias e túneis. Trata-se de uma lei justa e pertinente, haja vista que as luzes, mesmo baixas, facilitam a visualização dos veículos, mesmo durante o dia. Esta regra já está em vigor em muitos países da Europa e em alguns países do Mercosul, e, por conta disso, muitos condutores brasileiros já adotaram essa prática.
Entretanto, faltaram suficientes divulgação, esclarecimentos e conscientização por parte das autoridades. Muitos cidadãos ainda desconhecem essa nova regra e, mesmo conhecendo-a, talvez não saibam como e onde cumpri-la adequadamente. A lei diz que faróis baixos devem ser acesos nas estradas estaduais ou federais, sem especificação de trechos urbanos ou rurais, presumindo-se que valha para ambos. O problema é que, dentro das cidades, há trechos urbanos de rodovias disfarçados com nomes de avenidas, e muitos condutores talvez não venham a se dar conta disso. Além do mais, alguns modelos de veículos importados já vêm de fábrica com um sistema de iluminação automática externa conhecido como "luz de circulação diurna" (DRL). Há controvérsias entre as autoridades de trânsito, se elas devem considerar as luzes DRL, para efeito de cumprimento da lei.
Houve abordagem insuficiente do assunto por parte da imprensa e dos órgãos de trânsito, bem como preparo inadequado das vias para validar a exigência do cumprimento da lei, como se, mais uma vez, alguém quisesse pegar alguém com as calças nas mãos. Entretanto, o poder público parece ter sido capaz de reconhecer esse erro, em alguns casos, como nos Estados de Pernambuco e do Amazonas, por exemplo, onde, por uma questão de bom senso, a aplicação da lei foi suspensa temporariamente, em algumas vias da Região Metropolitana de Recife, e permanentemente, em algumas vias de Manaus.
Como se pode ver, resolver os problemas cruciais do Brasil não é tão fácil quanto possa parecer, pois não nos basta uma simples troca de governo. É preciso uma grande mudança de atitudes de todos. Conversaremos mais sobre isso.
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