É sabido que a Semana Santa, mesmo sendo santa, pelo menos teoricamente, também não deixa de ser, simbolicamente falando, uma semana sangrenta, por ser a semana em que Cristo deixou seu sangue se derramar sobre e pela humanidade. Por isso, ela é simbolizada pela cor púrpura. Entretanto, você já percebeu que a semana passada, por exemplo, foi mais sangrenta que esta e que o habitual. Tudo começou quando, na segunda-feira 27, um aluno de 13 anos feriu várias pessoa com uma faca, vindo a matar uma professora, em sua escola, em São Paulo. No dia seguinte, foi frustrado um plano de tentar reproduzir o ato, dessa vez, no Rio de Janeiro. E a moda parece haver se espalhado, Brasil afora. Ou, pelo menos, o medo generalizado de que ela se espalhe de vez, mais rápido que o Coronavírus. Por exemplo, encontraram uma faca dentro de uma lixeira, num colégio em Crato(CE), motivo de grandes alvoroço popular e mobilização das autoridades.
Em outubro do ano passado, um rapaz de 15 anos entrou com uma arma de fogo, em sua escola, em Sobral (CE), vindo a atirar em três colegas, sendo que um deles sucumbiu aos ferimentos, irreversivelmente. Coincidência ou não, como o sinistro aconteceu próximo ao primeiro turno das eleições presidenciais e como foi apurado que a arma do crime era pertencente a um colecionador de armas e caçador (CAC), o fato ganhou uma certa conotação política. Houve quem associasse o evento ao fato de que a gestão federal anterior teria desenvolvido políticas que facilitaram o acesso às armas de fogo, por parte da população.
Raramente, se tem ouvido falar de eventos como esses, em escolas cívico-militares. É observado que eles costumam ser mais comuns em escolas mais liberais e com menos rigor disciplinar. Há quem defenda a presença constante de policiais armados, também dentro das demais escolas, durante os períodos de aulas, como forma de evitar esses atentados. Seria isso mesmo viável, na prática? Teria algum efeito positivo prático???
Mencionamos fatos de conhecimento público e, agora, perguntamos: nossas escolas são, realmente, lugares mais seguros que nossos lares, para nossos filhos? Que tipo de educação eles estão mesmo recebendo, dentro e fora da casa e/ou da escola? O que aprendemos com tudo isso? Por que ainda não somos capazes de prevenir essas coisas, mesmo após Columbine (EUA), em 1999, Realengo (RJ), em 2011, e Suzano (SP), em 2019, por exemplo? Por que a cultura da violência segue tão banalizada? O que está acontecendo com nossos adolescentes? Que mentalidade é essa que parte deles está desenvolvendo, quiçá fomentada por redes sociais diversas, nas entrelinhas? Quem está por trás de tudo isso e o que pretendem ganhar com isso???
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