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A Pandemia pode ter passado, mas, onde você estiver, não se esqueça de mim.

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domingo, 12 de outubro de 2014

Birra





                      Como hoje é o Dia das Crianças, vamos falar um pouco sobre um problema que, aparentemente afeta muitas crianças nas Américas, sejam elas ricas ou pobres, mas parece não afetar as crianças francesas.


                      A manchete acima faz referência a uma notícia publicada em diversas páginas da Internet, e o seu link aponta para um texto bastante polêmico, que questiona a existência de um transtorno conhecido como TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), além de apresentar-nos que, na França, raramente é dado o diagnóstico desse transtorno, enquanto nos Estados Unidos, ele é bastante comum.

                      Se você tiver a oportunidade de ler, verá que a matéria é um tapa na cara daqueles que tendem a seguir a linha mais radical da psiquiatria biológica, pois o texto expõe algumas limitações que enfrentamos na psiquiatria.

                      Como já foi dito, querendo ou não, precisamos reconhecer a existência de componentes biopsicossociais como determinantes na instalação e no prognóstico de transtornos mentais. Ainda somos obrigados a admitir, e isso, por vezes, nos faz sentirmo-nos impotentes e pensar que nossos psicofármacos são completamente inúteis, se os pacientes não tiverem suportes social e familiar adequados, por exemplo.

                      No Brasil, se nós, profissionais da saúde, não temos essa visão biopsicossocial, os familiares e cuidadores dos nossos pacientes, ou até mesmo os próprios pacientes, a tem, grosso modo. Se não a tivessem, não veriam os transtornos mentais, inclusive o TDAH, como passaportes para conseguir aumentos nas rendas familiares, por meio dos benefícios previdenciários, por exemplo. Porque a saúde e a previdência social parecem andar sempre de mãos dadas, por mais que se tenham empreendido esforços para dissociar aquelas entidades, de uns trinta anos para cá.

 
                       Encerramos dizendo que o TDAH existe mesmo e é um transtorno mental, assim como a depressão e a esquizofrenia, por exemplo. Então, não pode ser encarado como "frescura". Se as famílias francesas conseguem disciplinar seus filhos e minimizar as ocorrências das manifestações do TDAH em seus lares, reforça-se a ideia de que eles conseguiram controlar os possíveis componentes ambientais que poderiam predispor suas crianças a desenvolver o transtorno, mas não quer dizer que ele não exista. Ainda temos muito que aprender com os franceses.

                       Tenha um bom domingo e Feliz Dia das Crianças para seus filhos, se os tiver. 

                       Agora, saia da frente deste computador e vá brincar com eles, por favor. 





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