Neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, faz-se pertinente marcar a data com a retomada de uma discussão que já se esperava que, por sensatez, estivesse superada, neste começo de século XXI: a tese de legítima defesa da honra, que ainda é, frequentemente, levantada na defesa de homens que vão à julgamentos, após assassinar suas (ex-)namoradas, (ex-)esposas ou (ex-)companheiras, porque se sentiram traídos por elas, por vezes com base naquele pensamento de que "se ela não pode mais ser minha, não vai ser de mais ninguém". Assim, nossa suprema corte está debatendo e deliberando sobre a validade dessa tese, sob a luz da Constituição Federal, ou não. A decisão deles, que deve sair, até o fim desta semana, determinará se continuará sendo lícito alguém matar porque não teve sua paixão, ou o que quer que esteja sentindo, devidamente correspondida, ou simplesmente "por amor".
Você há de convir que há uma nítida diferença entre, por exemplo, porventura, estar armado e, de repente, ter que sacar sua arma para atirar num assaltante que está prestes a feri-lo, ou mesmo conseguir tomar a arma da mão do bandido e atirar nele, e sacar sua arma premeditadamente para atirar em alguém que esteja desarmada e apenas vivendo sua vida. Enfim, há algo que justifique tirar a vida de outra pessoa, alegando estar se defendendo de alguém que sequer está armada ou fez menção de lhe agredir de alguma forma? Não haveria uma forma mais cavaleira, racional, civilizada, moderna e humana de resolver suas diferenças? E outra: quem defende a honra das mulheres que são vítimas de quaisquer formas de violência???
Pense bem a respeito disso. Fazemos votos de felicidades a todas as mulheres, nesta data, enquanto isso.
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