Na semana que passou, iniciou-se uma aparente transição, no Ministério da Saúde. Dizemos "aparente", porque, oficialmente, o ministro General Pazuello ainda não havia deixado o cargo, até a noite da última sexta-feira, 19, para dar lugar ao seu sucessor, o médico cardiologista Marcelo Queiroga. Mesmo assim, tão logo aceitou o convite para o posto, antes mesmo de assumi-lo oficialmente, este já iniciou seus trabalhos, de imediato. Naquele momento, você deve ter pensado: "Agora a coisa vai", principalmente quando o novo ministro declarou que pretendia fazer a diferença, seguindo a ciência. Entretanto, seu antecessor, sem querer largar de todo o osso, jogou um balde de água fria na nação, ao declarar que a política do Ministério da Saúde não deve mudar, pois "não é uma transição, é um só governo". O novato também jogou sobre todos um balde de água fria, ao declarar que "não tem mágica, é continuidade". Ao mesmo tempo, é de estranhar essa resistência de Pazuello em passar definitivamente o bastão ao seu sucessor, bem como a demora na oficialização da sua exoneração e na posse de Queiroga. Especula-se que seja uma forma de blindar o egresso, que já está sendo alvo de processos, sendo culpado por falhas da União em assumir adequadamente suas atribuições, no enfrentamento à Pandemia, saindo como um bode expiatório de uma política da qual ele não é de todo um mentor, mas não mais que um mero cúmplice cumpridor de ordens. Ao que tudo indica, o novo ministro parece que vai adotar uma postura conciliadora. Ou seja, nem tão rebelde, questionador e ousado, nem tão subserviente, mas espera-se que ele tenha espaço e autonomia suficientes para trabalhar e gerenciar a saúde pública do Brasil.
Em vez de procurar se acertar com as demais autoridades, para que JUNTOS acertem uma direção no combate ao vírus, o presidente quer comprar briga com os governadores de uma vez, recorrendo à Suprema Corte contra alguns dos que instauraram lockdown em seus Estados.
Antes de tudo isso, iniciou-se uma desmoralização maciça da dra. Ludhmilla Hajjar, médica cardiologista que chegou a ser sondada por Bolsonaro para assumir o ministério, mas ela teria declinado do convite, alegando questões técnicas. Ela alega ter sofrido ameaças e perseguições, por parte de simpatizantes do governo, que também a acusam de ter ligações com um partido de esquerda.
O Brasil também ficou bastante sentido com a recente e precoce partida do senador Major Olímpio (PSL-SP) para a oficina divina, inicialmente um apoiador da gestão Bolsonaro, depois se tornando um questionador dela, mas, sobretudo, um defensor ferrenho de suas ideias. Ele foi mais umas das mais de 290.000 vidas ceifadas pela COVID-19, em todo o Brasil, até o final da semana que passou. Que Deus o acolha, em sua infinita misericórdia.
XXXXX
Nenhum comentário:
Postar um comentário