Na semana que passou, você deve ter notado que o governo mudou um pouco o tom de sua conversa, no tocante ao enfrentamento da Pandemia. De um discurso negacionista e agressivo contra quem o criticava ou adotava atitudes mais ousadas, por vezes fingindo que a conversa não era com ele e que o problema não era dele, passou a buscar a conciliação contra outras esferas públicas de governos e mostrar uma postura mais proativa, falando até em tomar a dianteira no tocante à aquisição de mais vacinas. Seria tudo isso já um resultado da recente mudança de ministro da Saúde? Seria mesmo interesse do governo em agir e buscar resultados, por estar sentindo o problema mais contundente em seus calcanhares? Ou seria apenas um modo de mostrar serviço, quando se está com a corda no pescoço e com a imagem desgastada, numa semana em que já se chegaram a computar mais de 3.000 mortes por COVID-19, em todo o Brasil, num só dia, até se somarem mais de 300.000 vidas brasileiras ceifadas, nos últimos doze meses???
De todo modo, é uma bela, porém tardia, iniciativa a criação de um comitê gestor da crise, reunindo os governos federal e estaduais. Enquanto isso, em Fortaleza, já se fala em reforma da previdência municipal. Qualquer partido que estivesse na situação certamente também cogitaria esse ritmo de reforma, quiçá movido pela necessidade de otimizar e equilibrar as contas públicas, mas não haveria um momento mais oportuno para se abrir esse tipo de discussão e levar adiante essa reforma? Tinha que ser justamente quando esta sociedade está cada vez mais fragilizada, física, mental, moral e economicamente? Por essas e outras, talvez o candidato à prefeito de Fortaleza que ficou em segundo lugar, nas eleições do ano passado, não necessariamente devesse considerar isso uma derrota, mas, antes de tudo, um livramento divino. Seria uma responsabilidade e tanto estar naquela posição. Seriam mais ônus a arcar do que bônus a auferir.
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