O farofeiro é aquele sujeito que forma um grupo para ir à uma praia, por exemplo, levando uma volumosa bagagem, ainda que seja para passar menos de um dia, e adota comportamentos exóticos e peculiares, chamando a atenção e deixando sua marca, por onde passa. Baseado nessa temática, foi lançado, há alguns anos, um filme brasileiro de comédia chamado Os farofeiros. Em tempos normais, um feriadão como o de hoje, para os farofeiros de plantão, seria mais uma excelente oportunidade para fazer um daqueles bons e memoráveis programas em família. Entretanto, a Pandemia e o lockdown não impedem de todo que alguém possa fazer uma boa farofa.
Duas coisas a Pandemia não foi capaz de mudar no Brasil: as culturas das filas e das aglomerações. Como dito, formaram-se filas quilométricas em agências bancárias para obtenção de um auxílio emergencial do governo. Mais adiante, vimos também filas extensas para aplicações das vacinas disponíveis no Brasil, filas estas que chegaram a ser "furadas" por gente privilegiada. Aquelas filas seriam até justificáveis e compreensíveis, porque teriam seus propósitos bem estabelecidos. Agora o que não se justificam são as aglomerações aleatórias, desnecessárias e despropositadas.
Existem estabelecimentos com status de serviços essenciais onde as clientelas costumam abusar formando aglomerações. Nas portas dos supermercados, por exemplo, geralmente, há cartazes com mensagens do tipo "por gentileza, vir apenas um membro de cada família, para evitar aglomerações", por exemplo. E eles contam com funcionários medindo a temperatura e oferecendo álcool em gel ou líquido, para quem quiser higienizar as mãos ou os objetos, por exemplo. Nota-se que há uma falta de bom senso de muitas pessoas que ainda ignoram esse tipo de recomendação, seja num supermercado ou até mesmo num hospital, levando as crianças e até mesmo os animais domésticos de casa, como se estivessem indo à uma praia, uma praça, um parque, um shopping center ou algo assim. Em hospitais, por vezes, certos grupos de pessoas, além de aglomerar, ainda querem armar barracos, muito querelantes e cheios de direitos, incomodando as outras pessoas que estão lá em busca de atendimentos, às vezes em situações piores. Por vezes, querem acampar, na porta do hospital, porque só pode ficar lá dentro, no máximo, um acompanhante para cada paciente que estiver em observação ou internado. Por vezes, nenhum acompanhante pode ficar, se o caso for de COVID-19, por exemplo.
Enfim, é até compreensível que a ida de uma pessoa a um hospital, principalmente, nestes dias, desperte muita preocupação e mobilize muita gente, assim como é compreensível também que muitas pessoas já estejam cansadas da rotina de ficar em casa e se aproveitem de oportunidades relevantes para sair de casa e se reunir em locais que estejam abertos, mas aonde só lhes seria permitido ir, sob uma justificativa plausível. No entanto, há de esperar um pouco mais de bom senso por parte daquelas pessoas, a fim de evitar maiores complicações para elas mesmas e para a coletividade.
XXXXX
Nenhum comentário:
Postar um comentário