Como você pode ver, ao longo dos últimos nove meses, quando os novos casos de COVID-19 e de mortes pela doença começaram a cair, pensávamos que a Pandemia estava regredindo, até se findar de vez. As expectativas eram boas. Deve ser por isso que muitos hospitais de campanha Brasil afora foram fechados, pois as demandas deles teriam caído drasticamente. Mas não. A COVID-19 voltou a crescer e a devastar nossas vidas. Aqueles hospitais de campanha fechados passaram a fazer falta. Muitos Estados se viram obrigados a decretar outra vez o lockdown, que é um conjunto de medidas rígidas de restrição de circulação de pessoas nas ruas e nas estradas, com suspensão de atividades econômicas consideradas não essenciais, visando manter o máximo possível de pessoas dentro de suas casas, mesmo sob os protestos dos trabalhadores que se sentiram prejudicados, porque se viram obrigados e perder seus postos de trabalhos e suas rendas, e sob os protestos do próprio presidente da República.
Você deve se lembrar de quando o Governo Federal estabeleceu o pagamento de um auxílio emergencial, voltado prioritariamente para aqueles trabalhadores que perderam seus postos de trabalho, com as medidas de restrição de circulação de pessoas, produtos e serviços impostas pela Pandemia. Na tentativa de resolver um problema, criaram-se outros. Primeiramente, formaram-se extensas filas, em agências da Caixa Econômica Federal pelo Brasil afora. Filas formadas, muitas vezes, por gente desinformada, que não preenchia os requisitos para obtenção do benefício, que acabou sendo pago indevidamente à muitos que não precisavam dele, tampouco poderiam recebê-lo. E, agora, o pagamento desse auxílio emergencial é restabelecido, porém num valor inferior ao original, após uma intensa e polêmica votação de uma proposta de emenda constitucional (PEC), no Congresso Nacional. Polêmica, porque, se por um lado, concede direitos, por outro lado, os retira, restringindo investimentos públicos, por exemplo.
A aplicação do lockdown teve que ser muito bem ponderada, porque se, por um lado, ela se mostrou eficaz e trouxe algum resultado sensível no refreamento da expansão da disseminação do vírus, tanto no Brasil como nos países que conseguiram melhor lidar com ele, por outro lado, se mostrou deletéria para a economia, principalmente para os pequenos negócios. Muito se optou por tentar salvar vidas, ainda que sob pena de sacrificar empresas e empregos. Tanto é que as próprias entidades médicas divergem sobre o lockdown. O Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF), por exemplo, emitiu nota se posicionando contra a aplicação do lockdown em Brasília, um ponto de vista não corroborado por outras entidades médicas. Como dito, Araraquara (SP) se destacou, por ter aplicado um lockdown mais rigoroso, com fechamento até de muitos serviços considerados essenciais, como supermercados, por exemplo. E parece já ter surtido resultados favoráveis. Ao contrário do que acontece no restante do país, onde se veem hospitais públicos e privados com seus leitos todos lotados e ameaça de falta de oxigênio medicinal e de outros insumos essenciais, em muitos deles. E a vacinação por aqui segue com passos de formiga e sem vontade. Assim caminha a humanidade.
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