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A Pandemia pode ter passado, mas, onde você estiver, não se esqueça de mim.

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Falando em Pandemia, ela se foi, mas o Coronavírus continua entre nós, fazendo vítimas.

Falando em Pandemia, ela se foi, mas o Coronavírus continua entre nós, fazendo vítimas.
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sábado, 5 de dezembro de 2020

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                     O resultado das eleições municipais em Fortaleza não poderia ser diferente. Estava mais previsível que uma corrida de Fórmula 1. Além de a política, nestas plagas, ser um jogo de cartas marcadas, a cidade estava bastante dividida. Domingo passado parecia dia de clássico-rei, entre os dois maiores times de futebol da terra. Surpreendente mesmo foi o resultado das eleições em Caucaia, na Grande Fortaleza, onde o candidato de oposição sagrou-se vencedor, apesar de as facções criminosas atuarem no município, intimidando as pessoas, principalmente quem se predispusesse a votar nele, tentando acintosa e desesperadamente influenciar nos resultados das urnas.


                     Um dos postulantes ao cargo de prefeito de Fortaleza, mais precisamente o candidato da situação, apoiado pelo prefeito e pelo governador do Ceará, insistia em acusar seu oponente, o candidato de oposição, de ter liderado uma greve de policiais militares, há alguns anos, embora isso nunca se tenha oficialmente comprovado. Talvez o candidato situacionista não se recorde, e a maior parte da população da cidade e do Estado também não se tenha dado conta, de que, se o Ceará se encontra dominado por facções criminosas, em sua maioria oriundas do eixo Rio - São Paulo, é por culpa da indolência e da incompetência do próprio poder público estadual em impedir as instalações daquelas facções na região, se preocupando mais em brigar com unhas e dentes por seu candidato, ao ponto de perder o controle sobre as facções e sobre o crime organizado no Ceará, que já chegou ao ponto de acintosamente tentar manipular resultados das eleições, em alguns municípios, e impedir que candidatos entrem em algumas comunidades para fazer suas campanhas. E não se veem atitudes mais incisivas do poder público para coibir essas práticas, além de mandar alguns homens do Exército Brasileiro e da Força Nacional, quando precisariam, no mínimo, por exemplo, empregar a inteligência da Polícia Federal na caça aos cabeças das facções que estão por trás dessas ações criminosas.


                     A figura mais prejudicada mesmo, com as eleições em Fortaleza, não foi o candidato derrotado no segundo turno. Foi uma ex-prefeita da cidade que também foi candidata e que, durante o primeiro turno, foi moralmente massacrada nas campanhas, pelo candidato vencedor, que chegou a dizer que ela já foi considerada uma das piores prefeitas do Brasil, enquanto mesmo o outro candidato derrotado, no segundo turno, se solidarizou com ela e reconheceu-lhe os méritos da administração. Apesar de tudo isso, o partido dela, mas não ela, partido que não é e que nunca foi dos trabalhadores, se aliou ao candidato vencedor do segundo turno, quiçá por puro oportunismo.


                     Não temos interesse, nem podemos, em nos intrometermos em suas escolhas. O povo é quem escolhe seus governantes, que acabam se mostrando, cedo ou tarde, a cara do povo que supostamente representam. Entretanto, como diz um ditado popular, "eu conheço meu rebanho". Conhecendo bem o que passa pela cabeça de nossa gente, podemos dizer que aquela troca de farpas entre os dois lados que disputaram a Prefeitura de Fortaleza, quando um dizia que o outro era isso, e este respondia dizendo que o primeiro fazia aquilo, não deveria acabar muito bem, para ambos os lados. Tudo que um dos lados queria era que o outro caísse naquelas provocações. Não adiantaria o candidato oposicionista enfatizar que o outro candidato era apoiado por certo grupo político dominante em nossa região, porque disso todo mundo já sabia. Quanto mais ele falasse sobre isso, mais ele favoreceria o adversário, porque a maior parte da população parece idolatrar aquele grupo político de paladinos, que sabe como fazer propaganda e influenciar as mentes das pessoas. Portanto, faltou maturidade, nessa campanha eleitoral. Porém, espera-se que tenha ficado alguma lição dela, pois, como diria o jornalista esportivo Fernando Vanucci (“Alô, você”), que foi convocado para a oficina divina, na última semana, juntamente com o grande craque Diego Maradona, a África é logo ali, ou melhor, 2022 e 2024 ficam logo ali, e os cargos de presidente da República, de governador e de prefeito, consequentemente, estarão logo mais adiante à disposição, novamente, para quem se sentir habilitado a tentar ocupá-los.


                     Às vezes, em eleições, as pessoas se acomodam. Para elas, tanto fez, tanto faz. Por isso, elas se deixam encantar com qualquer coisa que brilhe e sempre acabam elegendo os mesmos candidatos. Mas chega também uma hora em que as pessoas se cansam de tanta inércia e de tanta mesmice. Isso já aconteceu outras vezes. De todo modo, que mal pergunte, mas em que os resultados dessas eleições devem impactar diretamente sua vida pessoal, se é que isso vai mesmo acontecer? Se você, ultimamente, tem andado menos animado com a política do que com o futebol e se sua comunidade se encontra num estado que lhe faça sentir vergonha de pertencer à ela, espero que consiga mudar alguma coisa nela, com o resultado de seu voto. Ou, caso contrário, é melhor mudar de comunidade, se possível. Mais uma vez, parafraseando o saudoso Vanucci, valendo também para a nossa política, "é hora de reformular, reformular, ou mudar, ou mudar tudo de uma vez".


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