"Seja o seu 'sim', 'sim', e o seu 'não', 'não'; o que passar disso vem do Maligno".
Mateus 5:37
Sabemos que o Carnaval já se foi, há algumas semanas, já estamos quase na metade da Quaresma, mas pedimos apenas que, por um momento, observe que, depois de dois anos, parece que voltamos a ter um carnaval mais parecido com aquilo que costumávamos ver, antes da Pandemia, para o bem ou para o mal. Voltaram a ganhar força campanhas contra a prática da importunação sexual, especialmente em períodos festivos, como o Carnaval, por exemplo, numa forma justificável e interessante de tentar proteger nossas mulheres, muito embora isso possa deixar homens solteiros muito mais retraídos e com medo de que qualquer tentativa de paquera por parte deles seja mal interpretada. Aí é mais uma questão de saber respeitar o direito, o espaço, a liberdade e a individualidade de cada pessoa. Muito bem, dizem que os dias de Carnaval são dias "gordos", dias de muita festa, para muita gente. Se você reparou as redes sociais, deve ter visto pessoas postando incontáveis fotos e/ou vídeos, em seus momentos de descontração e em distintas situações. Numa praia, numa serra, num sítio, num retiro religioso, num baile realizado num clube fechado ou numa praça pública ou, simplesmente, descansando em seu próprio lar, enfim, foram diversas as possibilidades exploradas. Todavia, há sempre uma parcela da população para a qual "feriados" como o de Carnaval, por exemplo, seria como se não existissem, porque elas seguem com seus ciclos e rotinas de vida, normalmente, como se nada de extraordinário estivesse acontecendo, especialmente por força maior de seus trabalhos e das necessidades de sobrevivências delas e de quem delas depende. Isso nos leva a indagar se o Carnaval é, de fato, uma festa tão democrática assim como parece.
Na verdade, voltando à realidade, observe que todos os dias podem ser "gordos", para o bem ou para o mal, mas a "gordura" que podemos sentir, em geral, no cotidiano, pode vir no sentido de tornar a rotina mais viscosa e menos fluida. São aqueles dias em que não conseguimos nos realizar plenamente. Dias em que nada ganhamos. Dias que em (quase) nada nos acrescentam. Dias em que acordamos e saímos mais dispostos, mais animados, e mais otimistas para enfrentar a vida, mas, ao mesmo, também mais irritadiços e impacientes com tudo ao redor, quando temos a sensação de que estamos acelerados e produtivos, mas tudo parece emperrado, à nossa frente, e as coisas não vão dando muito certo.
Fora isso, não podemos nos esquecer de que, seja em dias úteis ou em dias festivos, há um ditado que diz que "o mal sempre vem". Os jornais impressos vão chegando à porta de sua casa e se empilhando. Os portais de notícias da Rede Mundial vão se engarrafando também. Enquanto você estava curtindo seu "feriadão", recebemos notícias de terremotos, na Turquia e na Síria, chuvas torrenciais com deslizamentos de terra e mortes, no litoral paulista, incêndio na comunidade do Gengibre, em Fortaleza, chacinas por motivos torpes, Brasil afora, entre outros sinistros que parecem não escolher dia ou hora para acontecer. Portanto, oremos.
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