"A mulher disse a Jesus: ‘Senhor, vejo que és um profeta! Os nossos pais adoraram neste monte, mas vós dizeis que em Jerusalém é que se deve adorar’. Disse-lhe Jesus: ‘Acredita-me, mulher: está chegando a hora em que nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não conheceis. Nós adoramos o que conhecemos, pois a salvação vem dos judeus. Mas está chegando a hora, e é agora, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade. De fato, estes são os adoradores que o Pai procura. Deus é espírito e aqueles que o adoram devem adorá-lo em espírito e verdade.’".
Aproveitando este período de Quaresma, cuja aurora se aproxima, aqui trazemos uma reflexão pertinente, principalmente após uma leitora nos pedir uma opinião sobre uma pessoa batizada na Igreja Católica e criada no seio de uma família católica frequentar outras igrejas cristãs. Não temos muitas moral e propriedade para tocar nesse assunto mas, afinal de contas, onde e como amar e adorar Deus do jeito certo mesmo? Não seria no seu dia a dia o momento mais oportuno? O quão próximo ou distante de Deus você tem estado, em seu dia a dia? Devemos nos lembrar da existência de Deus somente nos finais de semana, nos feriados religiosos ou nos dias mais difíceis de nossas vidas (nestes dias, pelo menos, talvez não O vejamos, nem O sintamos, mas vemos Suas pegadas na areia da praia, como se nossas fossem)? Se você pensar assim, talvez sua vida tenha lhe parecido cada vez mais esvaziada e, de repente, começa a chover, dentro de você, e cai uma chuva de dentro para fora, mas não é o fim, pelo menos por enquanto.
Afinal de contas, o que nós aprendemos com tudo isso? Quem pode mesmo se considerar como fruto de uma fértil e verdadeira videira? Quem está no caminho certo e do lado certo da história? Por que há tantas diferenças? O que mais aproxima você e Deus? E você tem feito algo para tentar aproximar Deus e seus semelhantes? Como vê, aqui não nos cabe trazer um gabarito com todas as respostas certas para suas principais dúvidas, algo humanamente impossível de atingir, ao não ser pela fé. O que talvez possa ajudar você a decidir é saber que as diferenças entre as religiões cristãs são basicamente ritualísticas, pois o Evangelho é basicamente o mesmo. As palavras que Jesus Cristo proferiu, em princípio, mais diretamente aos judeus que ouviram suas primeiras pregações, são as mesmas dirigidas aos futuros cristãos. A mensagem deixada para os católicos é a mesma mensagem deixada para os evangélicos, o que não quer dizer que deixarão de haver eventuais discussões entre eles, por conta de divergências no tocante às interpretações do Evangelho, como vem acontecendo, desde a Reforma Protestante, no século XVI. Isso também não quer dizer necessariamente que estar num lugar é igual a estar no outro. Isso vai muito das experiências pessoal e espiritual de cada um. Precisa ver com que realidade você se identifica mais e onde você consegue sentir a presença de Deus. Avaliar onde, por exemplo, o Espírito Santo está mais presente de verdade e há mais tempo. Determine qual daqueles lugares é mais completo e onde você se sente mais completo.
Enfim, não vamos mais nos estender, pois, como diria o poeta, "minha alma não passa de um velho catre", e, como diria o filósofo, "não vim para explicar, vim para confundir".
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