Poderia ser uma notícia comum como qualquer outra notícia corriqueira das páginas policiais, mas chama a atenção por ter sido divulgada poucos dias antes do Natal, embora o crime tenha ocorrido há mais de dois meses. Chama a atenção também pelas circunstâncias. Uma discussão num bar, numa cidade do interior de Minas Gerais, por motivos não muito bem evidenciados, certamente com vapores de álcool subindo até as raízes dos cabelos das cabeças dos envolvidos, levou alguém a perder a cabeça, buscar uma arma de fogo em casa (não se sabe o porquê de ter uma arma de fogo em casa e em que se esperava empregá-la, um dia), voltar para procurar seu oponente e tirar satisfações, não querendo se dar por vencido na discussão. O homem que estava com a arma era recém chegado à cidade. Mal sabia ele que, na véspera do crime, seu filho fora salvo de um afogamento, num rio da região, pelo mesmo homem que ele matou.
Em suma, neste final de ano, o responsável pelo crime deve amargar um arrependimento múltiplo, porque perdeu a cabeça, de uma hora para outra, assassinou uma pessoa que lhe fez um bem, indiretamente, e pôs a perder seu Natal, neste e nos anos vindouros, causando o mesmo dano aos seus próprios familiares, à vítima e aos familiares da vítima. Ou seja, estragou as vidas de muita gente, inclusive a sua. Ao contrário dele, dos autores daquela chacina de Sapiranga, Fortaleza, na noite de Natal, que já são supostamente habituados na prática de crimes hediondos, não se pode esperar muito arrependimento. Todavia, pode-se esperar arrependimento muito também daquelas pessoas que insistem na ingenuidade de comprar pacotes de notas falsas de dinheiro pela Internet, mesmo sabendo que é crime.
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