Quem pensa que, na civilização ocidental, não há divisão da sociedade em castas deve observar melhor e verá que, na prática, há, de fato, tal segregação. No Brasil, por exemplo, temos uma casta nobre de indivíduos que acumulam rendas, direitos e regalias, sendo sustentada com nossos impostos. Trata-se de um grupo de privilegiados que é bem remunerado para trabalhar pouco e contra a nação. Esses, sim, recebem salários absurdos e fora da realidade, aos quais um pré-candidato à presidência se referia, quando teria dito que os médicos eram assim renumerados. Ou seja, temos, de um lado, alguns faturando alto, inclusive do Estado, e, de outro, muitos com tão pouco ou com nada.
Veja o que acontece na Paraíba, onde o governo estadual está sendo obrigado a fazer o repasse de uma grande soma em dinheiro ao tribunal de justiça daquele Estado, comprometendo o erário público e os investimentos em áreas essenciais, como, por exemplo, saúde, educação e segurança pública, em nome da satisfação dos direitos de uma elite.
Uma decisão recente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que manteve a suspensão da carteira nacional de habilitação (CNH) de um cidadão inadimplente, mesmo sem ter cometido infrações de trânsito que justificassem tal medida, abre um precedente perigoso para que outros brasileiros endividados que são habilitados corram o risco de terem seus documentos confiscados e muitos de seus direitos suspensos. Estranhamente, a (in)Justiça alegou que a retenção da CNH não interferiria no direito de ir e de vir do cidadão, mas determinou que seu passaporte fosse devolvido.
No aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília, há uma área VIP, reservada para os ministros do STF e bancada com dinheiro público, objetivando evitar que eles embarquem juntamente com os plebeus, para que não sejam hostilizados. Depois de tanta patifaria que eles fazem com o povo brasileiro, a melhor coisa que podem e devem fazer é se esconder mesmo.
Por essas e outras, seria interessante se o povo brasileiro se revoltasse e fosse às ruas novamente, por muito mais do que vinte centavos, como há cinco anos, e devolvesse, no mínimo, uma sonora vaia àqueles que o perseguem e oprimem, mesmo estando quase que completamente mesmerizado pelo clima da Copa do Mundo, que permeia as festas de São João e que já domina nosso cotidiano. Independentemente de gostar de futebol, de política ou de nenhum desses assuntos, não dá para ficar completamente alheio a tudo que está acontecendo urbi et orbi.
Boa sorte e bom final de semana a todos.
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