Talvez você não se lembre de que, há cerca de trinta anos, começava uma guerra muito importante para a história da humanidade, algo que é perfeitamente compreensível, porque estamos atravessando uma guerra mais importante ainda. Em agosto de 1990, no Oriente Médio, quando tropas do Iraque, então governado por Saddam Hussein, invadiram o Kwait, país vizinho, usurpando-lhe as reservas de petróleo, os Estados Unidos e a Grâ-Bretanha, com aval das Nações Unidas, resolveram intervir e enviaram suas tropas, para expulsar os invasores. Estava começando a Guerra do Golfo Pérsico, um conflito que despertou temeridade nas demais nações, inclusive no Brasil, porque qualquer um podia ver e se assustar com as imagens das batalhas na TV e porque o conflito poderia gerar consequências de maior repercussão mundial, desde aumento no preço do barril de petróleo, no mercado internacional, causando inflação em muitos lugares, até um possível envolvimento direto de mais países no confronto armado.
Até então, o Brasil mantinha boas relações comerciais com o Iraque. Só para você ter uma ideia, a Seleção Iraquiana de Futebol havia sido comandada por dois técnicos brasileiros, na década de 1980, sendo que um deles foi com o time à Copa de 1986, no México, o único mundial do qual o país já participou. No mesmo período, por exemplo, a PETROBRAS explorava campos de petróleo, e a construtora Mendes Júnior executava obras naquele país. É tanto que, por ocasião da guerra, funcionários da construtora que se encontravam na região tiveram dificuldades de voltar para casa.
Foi naquele contexto que uma criança de nova anos chegou para sua professora e perguntou: "Professora, explodir o mundo é pecado?". A professora ficou muito sem jeito, sem saber o que dizer, mas acredita-se que ela entendeu o porquê daquela pergunta. Talvez o menino tivesse a mesma percepção ingênua de muita gente, sobre aquela situação: a de que uma pessoa sozinha dominaria o mundo e o destruiria. Talvez aquela guerra pudesse mesmo, indireta e gradualmente, culminar no fim da civilização, tal como a conhecemos, a depender de quem fosse nela diretamente envolvido e de como os envolvidos viessem a se enfrentar.
Respondendo ao questionamento do garoto: considerando que, caso alguém tivesse mesmo a capacidade de produzir explosivos com potencial para devastar o planeta e inviabilizar quase todas as formas de vida, principalmente a humana, ou mesmo chegar a destruir física, literal e totalmente o planeta, com tudo nele contido, e considerando também que o mundo e a vida são criações divinas, explodir o mundo seria um pecado, sim, e dos mais extremamente graves, muito embora, para alguns, o mundo já lhes venha desmoronando sobre a cabeça, quase todos os dias, antes mesmo desta Pandemia. De todo modo, fica claro e evidente que o petróleo ainda tem sido o principal combustível do motor do mundo, e também aquele que pode queimar e destruir o mundo. Aquela guerra, que atraiu os olhares do mundo, mas que não teve as piores repercussões esperadas, à curto prazo, graças à Deus, pode ter sido apenas o começo de um fim de uma história.
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