Na Copa do Mundo de Futebol de 1958, o então técnico da Seleção Brasileira, Vicente Feola, estava muito otimista, com relação a uma possível vitória contra a Seleção da extinta União Soviética, que seria a favorita ao título e um dos nossos primeiros adversários, naquele certame. Ele explicou aos jogadores, que não estavam muito animados, o esquema tático que pretendia adotar, para conseguir tal façanha, quando Mané Garrincha, um dos craques daquele mundial, perguntou: "Mas tudo isso já foi combinado com os russos???". Se sim ou se não, o importante é que o plano do técnico deu certo. O Brasil venceu a partida contra os soviéticos por 2 a 0 e, no final, sagrou-se campeão da competição. Já não tivemos a mesma sorte, ao jogarmos na casa deles, sessenta anos depois, mas isso já são outros quinhentos.
Como você sabe, a Rússia foi o primeiro país a desenvolver uma promissora vacina contra o Coronavírus. A fabricação e a distribuição desta vacina para a população russa devem começar, muito em breve. Apesar de as pesquisas para a concepção da vacina terem se desenrolado de modo um tanto nebuloso, para a comunidade científica internacional, a notícia foi recebida com otimismo. Algumas autoridades brasileiras, como os governos dos Estados do Paraná e da Bahia, por exemplo, já se adiantaram, em relação ao Governo Federal, e estão fechando acordos com o laboratório que criou a vacina e com o governo russo, para que ela também venha a ser produzida e testada no Brasil.
Na última semana, tomamos um susto, quando os testes com a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, inclusive no Brasil, foram suspensos, devido ao relato de caso isolado de efeito adverso atribuído a ela. Após os devidos esclarecimentos, a marcha dos trabalhos está sendo retomada.
Ainda não há muita certeza sobre a segurança e a eficácia daquelas vacinas, mas, neste momento, tudo é bem vindo. Precisa-se de uma tábua de salvação, para que possamos sair de nossos bunkers e respirar ao ar livre, sem necessidade de máscaras. Por mais que não gostemos da Rússia e do que ela, seu passado e seu presidente, Vladimir Putin, representem para a história da humanidade, parece que teremos que agradecer, profunda e efusivamente, por essa graça, às nossas matrioskas, neste momento tão difícil que a humanidade ainda atravessa. Dizem que a vacina russa é desprovida de ideologia, muito embora saiba-se que sempre há alguma intenção de ganhar algo, nos bastidores. Enfim, espera-se que as matrioskas não sejam meros cavalos de troia.
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