Muitas vezes, depositamos nas mãos dos políticos mais poderes do que eles realmente têm ou que deveriam ter. Poderes como, por exemplo, de tomar medidas que mudem nossas vidas para melhor. Esperamos deles atitudes que, muitas vezes, nós mesmos não tomamos, para dar prumo às nossas vidas. Esperamos que eles resolvam nossas vidas, quando nós sequer limpamos nossos quintais e arrumamos nossas próprias casas. Colocamos as culpas de nossas mazelas e das do país nos políticos. Mesmo assim, chegadas as eleições, não nos dedicamos à elas adequadamente, não refletimos apropriadamente sobre os candidatos com suas propostas e históricos, nos dirigimos às urnas com má vontade, por ser obrigatório o voto, por desânimo e por descrença na classe política e no futuro da nação.
Brasileiros adoram falar dos políticos, mas não têm coragem de se pôr em seus lugares. Poucos entram na carreira profissional político-partidária para disputar, com seriedade e compromisso, algum cargo eletivo. Com uma visão estereotipada dos políticos, acreditam que todos os políticos são igualmente maus e que o cidadão comum que se misturar com eles pode igualmente se corromper. Ignoram que a política é um mal necessário e que alguém precisa nela trabalhar, para o bem comum. Se pessoas de boa índole não tomarem posse da política, como esperar renovação, purificação e moralização da política espontaneamente? Não espere que os anjos ou os alienígenas venham desbancar os corruptos, os ímprobos e os déspotas. Nós mesmos teremos de fazer a revolução na política.
A cara do Brasil só deve mudar, efetivamente, quando partir dos próprios cidadãos uma mudança profunda de costumes e de atitudes. Enquanto não eliminarmos do dia-a-dia, por exemplo, as pequenas corrupções, o desleixo com o descarte de lixo no chão, o egoísmo, a falta de respeito com o semelhante, a ignorância, a falta de cuidados com as consequências de nossos atos, a impunidade, enfim, as vacas sagradas que obstruem a passagem do progresso, não podemos esperar que políticos façam milagres, sejam quem eles forem.
Esperamos que tenha um bom feriadão. Não perca seu civismo, nem seu patriotismo, sejam quais forem suas vertente política, sua classe social, sua religião, sua orientação sexual e seu time de futebol.
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