As pesquisas eleitorais têm se mostrado um tanto controversas, para os cargos de presidente e de governadores. No primeiro caso, por exemplo, elas exploram uma possibilidade inusitada: a de um candidato preso e condenado seguir na disputa, embora as leis não prevejam esse tipo de situação. Uma clara forçação de barra por parte dos articuladores da campanha dele, que esgotarão todos os recursos jurídicos possíveis para mantê-lo no páreo, nem que seja apenas para tumultuar o pleito. Teoricamente, era algo que não deveria acontecer, mas as possíveis consequências disso, na prática, são temerárias, porque esse candidato recluso tem grandes chances de ser eleito, se ele for até o fim da disputa. Uma vez eleito, dar-lhe-ão posse ou não???
As primeiras pesquisas de intenção de voto para o governo do Ceará, por exemplo, geraram desconfiança, porque deram vantagens muito largas para a reeleição do atual governador, num momento em que o Estado se esfacela, ainda sofrendo as consequências de sete anos de seca e, principalmente, de uma crise sem precedentes na segurança pública. O Estado está dominado por facções criminosas, e o poder público se mostra impotente diante de tal situação. Todas as suas tentativas de resolver essa questão têm se mostrado inócuas. Em parte, essa aparente vitória com folga do grupo político da situação pode ser explicada por sua capacidade de aglutinar uma legião de politiqueiros parasitas, oportunistas e interesseiros sob suas asas, garantindo, assim, mais espaço na publicidade eleitoral. É mais um reforço nas bases de uma posição já privilegiada o suficiente para fazer uma boa lavagem cerebral.
Some-se a isso o fato de que a maioria do eleitorado, aparentemente, é pouco esclarecido, pouco aberto às mudanças, tem memórias curtas, se permite empolgar com qualquer agrado e parece enxergar a realidade de modo fragmentado. Mesmo reclamando muito dos políticos, da falta de atitude deles e da corrupção, muitos vão às urnas ignorando que a realidade da política tenha relação com suas vidas cotidianas. Eles não levam em conta que suas decisões nas urnas e as decisões daqueles que são escolhidos tenham reflexo em suas vidas, no tocante à saúde, educação, empregos e segurança pública, por exemplo. Ou seja, há muitas pessoas que têm grandes cabeças, mas que contêm mentes pequenas e pensamentos microscópicos, e que, portanto, não pensam fora da caixa.
Se as pesquisas eleitorais quisessem ser realmente fidedignas, elas não perguntariam diretamente em que candidato o eleitor votaria. Elas começariam perguntando se o entrevistado está satisfeito com suas condições de vida, com seu salário, com seu emprego, com suas contas, com seus tributos, com as condições de limpeza e de trafegabilidade das ruas por onde passa, com a segurança pública, com a saúde, com a educação e com o que ele vê o poder público fazer pela sua comunidade, se é que o faz. Deveriam perguntar ainda se ele seria capaz de apontar algum responsável por sua satisfação ou insatisfação e o que poderia ser mudado para melhorar. Se o eleitor não estiver satisfeito com os cotidianos pessoal e de sua comunidade, bem como a forma como ela é conduzida, faria algum sentido, então, reeleger suas atuais lideranças??? Já percebeu que cenários desoladores, como o da imagem acima, por exemplo, continuam existindo, em qualquer lugar do Brasil, mesmo após cada eleição???
Afinal de contas, você acredita mais nas propagandas eleitorais e nas propagandas institucionais dos governos ou no que vê em seu dia-a-dia e nos telejornais??? Pense bem a respeito e tenha uma boa semana e um bom restante de mês.
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