"Os doutores da Lei e os fariseus têm autoridade para explicar a Lei de Moisés. Vocês devem, portanto, observar tudo o que eles dizem, mas não devem seguir os seus exemplos, pois eles dizem uma coisa e fazem outra. Impõem leis difíceis de cumprir e obrigam os outros a suportá-las, mas eles próprios não cumprem. Tudo o que fazem não passa de um espetáculo para os outros verem. Reparem naquelas frases religiosas que eles trazem na testa e nas mangas do vestuário! Notem como eles gostam de franjas largas nas capas! Gostam de ocupar os lugares mais importantes nos banquetes e os assentos de mais destaque nas casas de oração.
Também gostam muito de que os cumprimentem com grande respeito nas praças públicas e de que o povo os trate por Mestres. Mas vocês não queiram ser tratados por Mestres, porque só um é Mestre e vocês são todos irmãos. Também não devem chamar Pai a ninguém aqui na terra, porque vocês só têm um Pai, que está no céu. Nem queiram que vos chamem Chefes, porque só têm um Chefe, que é o Messias. O maior entre vocês é que deve pôr-se ao serviço dos demais. Pois todo aquele que se engrandece, será humilhado, e todo o que se humilha será engrandecido." 
Para você, o que é ter fé pública? Seria ter uma crença religiosa ou em algo que se deseja muito e externá-la publicamente? Segundo o dicionário on-line Michaelis, fé pública é um termo jurídico que denota:
“presunção legal de autenticidade conferida a ato de autoridade pública ou de funcionário da justiça.”
Trocando em miúdos, fé pública é uma propriedade de que alguns agentes públicos usufruem, quando seus atos, documentos e palavras são automática e plenamente dotados de veracidade, sem necessidade de reforço de informações, de comprovação legal e com pouca ou nenhuma possibilidade de questionamento. Sendo mais prático, funcionários do Poder Judiciário e dos ministérios públicos, escrivães de polícia e agentes de trânsito são exemplos de portadores de fé pública. Eles têm crédito perante a sociedade, e suas palavras têm peso, no exercício de suas funções. Portanto, se algum deles fizer algo errado para lhe prejudicar, será a sua palavra contra a deles. E aí que mora o perigo. Não é incomum que indivíduos portadores de fé pública cometam abusos no seu ofício, movidos por interesses escusos. Se um deles disser, por exemplo, que a terra é plana ou quadrada, que o céu é roxo ou que Deus não existe, somos todos obrigados a acreditar, quando somos reféns nas mãos de seres inomináveis. É difícil enfrentar esse tipo de gente, em cujas mãos a autoridade é uma arma quente.
Quem é mesmo o pior ladrão, aquele que é criado na favela ou aquele que está trabalhando diretamente para o poder público, embora haja uma certa cumplicidade tácita entre os dois lados??? Já passa da hora de questionar certos dogmas existentes em nosso país, como dar plenos poderes àquela gente, por exemplo, dogmas que desempenham papel de vacas sagradas no meio da rua, impedindo a passagem do progresso. Conversaremos mais sobre isso. Porque, por vezes, algumas formas e atitudes de autoridade precisam ser questionadas. Por essas e outras, o próprio Jesus Cristo se batia frequentemente com os fariseus, como dito. Porque é muito poder nas mãos de pouca gente, muitas vezes de índole duvidosa. Porque já há injustiças demais em nosso meio. Eles eventualmente se empenham em perseguir os cidadãos de bem apenas para mostrar serviço e conquistar votos. Cidadãos de bem são extrema e exaustivamente fiscalizados, vilipendiados e entregues à própria sorte, mas o mesmo não acontece com os foras-da-lei. Pense bem a respeito disso, antes de ir às urnas, e tente ter uma excelente semana.
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