Você já deve saber que, desde a última sexta-feira, dia 31, logo após sanção presidencial e divulgação pelo Diário Oficial, entrou em vigor uma alteração na legislação de trânsito. Trafegar com veículo automotor em faixa exclusiva para transporte coletivo, nos dias e horários em que a faixa estiver reservada para esse fim, conforme regulamentação local, passa a constituir infração gravíssima, com a aplicação de multa de R$ 191,54, culminando em 07 pontos na carteira de habilitação e possível apreensão do veículo.
Talvez você não tenha sido o único a ser tomado de surpresa (e de assalto) por esse fato, pois faltaram divulgações mais amplas por parte dos meios de comunicação, acerca de possíveis retificações nas leis de trânsito que estariam em tramitação no Congresso Nacional, além de campanhas educativas por parte das autoridades de trânsito. Parece que o objetivo do poder público é mesmo vir para cima da população com uma rede de arrastão, como já vem fazendo em todas as áreas, desde o começo do ano.
No Ceará, por exemplo, estão em testes novos fotossensores capazes de detectar veículos roubados, furtados, com placas "clonadas" ou com denúncias de envolvimentos em crimes, o que, por um lado, é bom, mas que também são capazes de detectar veículos com atraso nas tributações.
Se a placa de um veículo não estiver bem legível, por qualquer razão, o veículo pode ser multado e apreendido, ainda que a placa esteja suja ou danificada, devido à sujeira e ao estado de má conservação das vias que eles deveriam manter limpas e bem conservadas com os impostos que pagamos.
Faltam recursos no Brasil para tudo que se possa imaginar: saúde, educação, segurança pública, recursos hídricos, entre outros, mas os órgãos de trânsito, por exemplo, são um setor estratégico que desconhece crises, porque sempre contam com equipamentos de última geração.
Certamente, os salários dos servidores de instituições públicas encarregadas de servir prontamente aos interesses do governo, de saquear a população e de encher os cofres do governo, como fazia o xerife de Nottingham, vilão da história de Robin Hood, estão entre os maiores do funcionalismo público e nunca são pagos em atraso, embora o reajuste de cerca de 80% dos servidores do Judiciário, por exemplo, tenha sido vetado.
Há seres inomináveis de mau caráter, em todo lugar. Outra vez, cabe a indagação: quem é o pior ladrão, é o free lancer criado na favela ou o corsário a serviço do Estado, de tocaia e prestes a atacar, em qualquer lugar e a qualquer momento???
Há seres inomináveis de mau caráter, em todo lugar. Outra vez, cabe a indagação: quem é o pior ladrão, é o free lancer criado na favela ou o corsário a serviço do Estado, de tocaia e prestes a atacar, em qualquer lugar e a qualquer momento???
O poder público fiscaliza quando lhe convém e cobra a esmo, sem dar uma contrapartida, seguindo o mesmo paradigma de sempre, com qualquer sigla partidária a ocupá-lo. O Estado brasileiro não conhece crises de verdade em seu íntimo, como o Estado grego, por exemplo, conhece, porque sempre conta com a sociedade para compensá-lo, de uma forma ou de outra.
Talvez alterações nas leis sejam respostas à alguns clamores populares ou à atitudes isoladas de indisciplina no meio da sociedade, por exemplo. Veja o que vem acontecendo com a discussão sobre a redução da maioridade penal no Congresso. Ela está progredindo, mesmo lentamente, talvez por conta da pressão popular, mas vem se esvaziando e ficando meio esquecida, talvez por causa da CPI da Petrobras. Mesmo assim, cabe a indagação: aonde será que tanta hipervigilância juntamente com tanta ninfomania fiscal deve nos levar???
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