Faz algumas semanas, o procurador geral da República no Ceará, o sr. Oscar Costa Filho, ingressou com ação judicial pedindo a suspensão da fiscalização de trânsito por meio de videomonitoramento com câmeras distribuídas pela cidade de Fortaleza, sob os argumentos de que as tais câmeras não estariam devidamente regulamentadas para essa finalidade e de que elas, ao captarem imagens internas de veículos, podendo até mesmo tomar com facilidade imagens dos rostos de seus ocupantes e até mesmo identificá-los, estariam, portanto, violando um direito constitucional do cidadão à privacidade, em ambientes privados.
O órgão responsável pelas câmeras alega que o objetivo seria monitorar vias publicas, mas alguém já não teria questionado se elas, por acaso, não estariam também captando imagens de imóveis residenciais, comerciais ou industriais nas adjacências??? Se sim, as reclamações deveriam partir inicialmente de quem mora ou trabalha nesses locais, que supostamente devem se incomodar com isso, principalmente por parte do Exército Brasileiro, até por uma questão de segurança nacional, haja vista que algumas dessas câmeras estão instaladas perto de instalações militares e, por suas localizações, supostamente devem dispor de alguma visão privilegiada de suas dependências internas.
Entende-se que gerir trânsito também é função dos municípios, mas o gestor precisa de bom senso para administrar um município, em todas as suas searas, com os devidos equilíbrio e ponderação, em vez de tomar medidas sensacionalistas e pirotécnicas só para chamar a atenção e dizer a todo mundo que está cumprindo seu dever. Encher as ruas com câmeras e guardas de trânsito numa cidade onde, por exemplo, faltam policiais nas ruas, além de mão de obra, infraestrutura e material de trabalho para que escolas, postos de saúde e hospitais possam servir a população a contento, é só mais uma maneira alienada da realidade, hipócrita e medíocre de governar e de tentar desviar o foco dos problemas sociais mais graves.
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