Você já reparou que, com o advento do acesso ampliado à Internet e às redes sociais por meio dos dispositivos móveis, acabou-se o respeito à dignidade e à privacidade do ser humano??? Quem nunca recebeu por e-mail ou pelo Whats App, por exemplo, fotos de cadáveres de pessoas, famosas ou anônimas, que foram assassinadas, que cometeram suicídio ou que morreram em acidentes de trânsito???
Caso você não se lembre, há cerca de um ano, durante a partida entre Brasil e Colômbia, válida pelas quartas-de-final da Copa do Mundo de Futebol, partida realizada em Fortaleza, um atacante da Seleção Brasileira teria sido gravemente lesionado nas costas, tendo sido prontamente conduzido a um hospital de referência, onde uma funcionária teria filmado sua entrada em uma maca e logo virado a câmera para si mesma sorridente.
Por essas e outras, nos cursos superiores da área de saúde, os professores de anatomia exigem o máximo de respeito possível com os cadáveres ou com partes deles que componham os acervos dos laboratórios de anatomia, proibindo, por exemplo, que as peças anatômicas sejam retiradas do recinto ou que sejam fotografadas, exceto para fins de pesquisas.
Os corpos que são entregues em um laboratório de anatomia devem ser tratados com tanto respeito e dignidade, como se estivessem vivos, que, por exemplo, antes de começarem a ser dissecados, a instituição que os acolheu deve anunciar nos meios de comunicação que está de posse deles, descrevendo-lhes, por escrito, as fisionomias com o máximo de detalhes possível, sem publicar imagens, a fim de que verificar se as pessoas que estão prestes a serem convertidas em instrumentos de estudos científicos meio que à contragosto têm parentes na região, os quais devem comparecer dentro de um determinado prazo, a fim de reconhecer os cadáveres e, quiçá, autorizar a guarda dos mesmos com o laboratório de anatomia, a fim de serem utilizados como materiais acadêmicos.
Além desse e de outros entraves burocráticos, em algumas escolas médicas, professores e alunos costumam encomendar missas católicas, cultos evangélicos ou cultos ecumênicos pelas almas que outrora ocuparam os corpos das pessoas mortas que estão sob suas tutelas e cujas privacidades virão a ser invadidas, em nome da ciência e do aprendizado.
Em suma, esperamos que haja mais respeito e menos descaso pela vida humana, seja de pessoas vivas ou de pessoas mortas, não apenas por parte do Estado, que deve se empenhar dentro do possível em investigar os homicídios, mas também por nossa parte como cidadãos, como seres humanos e como cristãos, se for o caso. Porque não nos cabe julgar os vivos ou os mortos. Esta é uma incumbência divina.
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