Pouca gente se recorda, mas, em janeiro de 2019, há exatos 4 anos, portanto, poucos dias após as posses dos então novos governantes recém eleitos à época, abriu-se uma onda de ataques físicos perpetrados por membros de facções criminosas, que se diziam controladoras de presídios no Estado, à época, contra um viaduto, prédios públicos, ônibus escolares, ônibus de transportes coletivos, postos de combustíveis, entre outras instalações, em distintos pontos do Ceará, especialmente na Grande Fortaleza. Os autores dos atos chegaram a publicar vídeo, em redes sociais, explicitando uma das possíveis motivações, que seria de cunho político. Você saberia dizer se algum dos autores daqueles crimes chegou a ser denominado e autuado como "terrorista" ou "golpista" e se algum deles chegou a ser julgado e condenado e se ainda se encontra preso???
Em 2016, a então presidente da República, antes de sofrer um processo de impeachment, sancionou, com vetos, uma lei que versava sobre antiterrorismo, a lei número 13.260, de 16 de março de 2016. Sobre a utilidade de tal lei, uma conceituada jurista, durante entrevista, declarou que o Brasil não precisaria daquela lei,
Em 2019, diante daqueles episódios ocorridos no Ceará, o governo tentou redimensionar a lei sobre antiterrorismo, mas a discussão não parece ter ido muito longe, porque os grupos políticos que faziam oposição ao governo à época e os movimentos sociais retomaram argumentos similares aos da supracitada jurista.
Não é que aquilo que os manifestantes presos fizeram não esteja errado, indubitavelmente, mas também não deixa de ser risível o ridículo papel que autoridades policiais e judiciárias fazem, ao tentar manter milhares de pessoas presas num ginásio, em Brasília, e tentar impingir-lhes o máximo de indiciamentos e condenações possível, para mandá-las todas a uma penitenciária, pelo maior tempo possível, como se fossem indivíduos de altíssima periculosidade, enquanto sabemos que há tantas outras ameaças mais indesejáveis para a sociedade, que são capazes de fazer coisas piores, e fazem, mas as autoridades não têm moral alguma para mantê-las em seus devidos lugares. Não é que os manifestantes de Brasília sejam santos, mas alguém vê os meios de comunicação se referindo aos bandos armados que explodem agências bancárias e fazem reféns, não necessariamente nessa ordem, Brasil afora, como "terroristas"???
Como vê, os novos ocupantes dos cargos governamentais, que estavam na oposição, até 31 de dezembro de 2022, como agora se sentem ameaçados, querem revisar o conceito de (anti) terrorismo, conforme a conveniência exigida pela situação, sendo bastante convenientes para eles discursos abrangendo tópicos como, por exemplo, "Lei de Segurança Nacional" e "atentados ao Estado Democrático de Direito". Quanta hipocrisia!!!
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