"Assim a justiça retrocede, e a retidão fica a distância, pois a verdade caiu na praça, e a honestidade não consegue entrar. Não se acha a verdade em parte alguma, e quem evita o mal é vítima de saque. Olhou o Senhor e indignou-se com a falta de justiça".
Is 59, 14-15
Falando em Segunda Guerra Mundial, como dizíamos, em postagem anterior, as prisões em massa daqueles manifestantes teriam resultado na criação de uma espécie de novo campo de concentração, sob condições questionáveis, em instalações da polícia do governo, na capital federal, em cuja atmosfera nebulosa, informações sobre um cacique indígena e simpatizante do presidente anterior, preso ainda em dezembro, parecem ter meio que caído no ostracismo, por exemplo. E olha que temos uma líder indígena, entre os novos ministros de Estado. Dizem que os contrários ao regime ora em implantação querem transformar as prisões em colônia de férias, como o diabo gosta, no intuito de tentar saciar essa ninfomania policial que toma conta do país, há algum tempo, mas que em nada serve para proteger o cidadão comum, para que ele não tenha mais medo de sair de casa para trabalhar ou fazer o que quer que seja, sem medo de vir a ser assaltado ou mesmo assassinado. Essa e outras questões relevantes do cotidiano têm sido deixadas de lado, ultimamente.
Chamaram os acampamentos de manifestantes em frente aos principais quartéis do Exército Brasileiro, em algumas capitais, e a invasão de domingo passado de "vandalismo" e de "atentados contra a democracia". Se você bem reparar, há de notar que, na verdade, quem está conduzindo um golpe de Estado, na prática, são eles, os atuais detentores do poder, que avançam sobre seus oponentes, montados sobre uma retroescavadeira que parece ter vida própria, mas que lhes tem sido útil, há bastante tempo, abrindo-lhes caminho aos seus propósitos. Mal sabem eles que, na verdade, estão criando um monstro, o qual, cedo ou tarde, pode se virar também contra eles, e eles podem se ver obrigados a destrui-lo. E ainda falam em "unir e pacificar o Brasil" ou que "o amor venceu o ódio". Quanta hipocrisia!
O desejo de perseguição e de retaliação aos opositores do regime e a avidez em achar bodes expiatórios levou, inclusive, a uma intervenção federal no Distrito Federal, principalmente no tocante à segurança pública, culminando até mesmo na deposição do governador, porque consideraram-no incipiente e permissivo, quiçá cúmplice para com aqueles que conseguiram chegar e depredar os prédios públicos supracitados da Capital. Talvez muitos Estados brasileiros precisassem de uma intervenção assim, principalmente aqueles Estados dominados por facções criminosas, nos quais o poder público se mostra tíbio. Mas essa realidade os hipócritas não querem enxergar. Eles só se preocupam com a questão da segurança pública quando e onde eles se sentem ameaçados. Se os inquisidores da República já viviam em busca obsessiva de argumentos para cada vez mais procurar chifres em cabeça de cavalo, sem ter medo de tomar coices, agora eles haverão de se locupletar.
Você pode até não concordar com o resultado das eleições de 2022, mas você há de convir que, até agora, ao que tudo indica, o processo eleitoral transcorreu mesmo dentro dos conformes, como num fair play, como se diz no futebol. Não há indícios suficientes para se permitir questionar a lisura das urnas eletrônicas. O resultado que veio delas não tinha nada de surpreendente. Estava dentro do esperado. Refletiu a opção e o desejo de uma parte significativa do eleitorado brasileiro, muito embora a população estivesse bastante dividida. Se foi a escolha certa ou errada, somente o tempo dirá. Um dia, quem sabe, talvez possamos enxergar com mais clareza, toda a verdade de todos os fatos que acontecem, nos nossos dias. Porque nossa maior preocupação agora não deve ser com os resultados das eleições do ano passado, mas com o que os atuais ocupantes dos cargos públicos disputados, naqueles pleitos, bem como aqueles que estão à serviço deles, farão com seus poderes e recursos.
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