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A Pandemia pode ter passado, mas, onde você estiver, não se esqueça de mim.

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quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

Sobre Divisões

 


"Não julgueis que vim trazer a paz à terra. Vim trazer não a paz, mas a espada. Eu vim trazer a divisão entre o filho e o pai, entre a filha e a mãe, entre a nora e a sogra, e os inimigos do homem serão as pessoas de sua própria casa". 

             Você já deve estar cansado de tanta discussão ainda acerca do ano de 2022 e das últimas eleições. Precisamos começar, cedo ou tarde, a discutir sobre 2023, por mais que seja apenas mais um ano novo que já começou com cara de velho, com os mesmos problemas dos outros anos, até porque um ano qualquer, depois que entra, só adquire identidade própria, ou seja, características capazes de distingui-lo de outros anos, lá para o mês de abril ou de maio. Considerando a Palavra supracitada, é praticamente impossível não haver divisão desse jeito, entre as pessoas, urbi et orbi, pelo menos até o fim dos tempos, por mais que se fale em "desarmar e pacificar a nação" ou que "o amor venceu o ódio", especialmente para quem já é ficcionado por um bom barraco ou bafulê, como se diz em nossa região. Você já parou para pensar porque existem tantas divisões, dentro do próprio Cristianismo, não apenas por questões ritualísticas, mas também por conta de visões diferentes sobre o Evangelho? Mesmo dentro da própria Igreja Católica, tem se percebido alguma divisão, desde as últimas eleições, principalmente. Parte dos fiéis e dos sacerdotes católicos demonstrou publicamente preferência por um lado ou por outro, se valendo de argumentos religiosos, apesar de a instituição se posicionar oficialmente neutra, se limitando a dar algumas instruções aos seus Nas poucas vezes em que o presidente anterior esteve visitando importantes eventos católicos, ele foi mal recebido. Apesar das intenções duvidosas de seus comparecimentos àqueles eventos, aquilo por si só é um fato preocupante. Se esses desentendimentos acontecem nas religiões, imagine na política e no futebol. Apesar de toda essa divisão, o Brasil e o mundo só não pegaram fogo de vez ainda, por causa dos resquícios de bom senso e de moderação de alguns.


             É comum que alguém, ao ver um casal que considera incompatível, julgando pelas aparências, apesar das evidências, pergunte algo como “o que foi que ela viu nele” ou “o que foi que ele viu nela”, por exemplo. É compreensível que pessoas pensem diferente e votem diferente, mas todas, no fundo do coração, com os mesmos desejos, esperanças e dúvidas. O importante é tentar entender as razões do outro, tentar se colocar no lugar dele, ou seja, ter um pouco de empatia. O que é mais difícil, admitamos, é compreender que algumas pessoas vejam heróis, santos, divindades, lendas e mitos onde não existem, além de chifres em cabeças de cavalos, que leva muitas pessoas à atitudes extremas de imaturidade e de fanatismo, agindo ao arrepio das leis, como certas torcidas organizadas de times de futebol, que querem levar as suas rivalidades para fora dos gramados e dos estádios. Nada mais decepcionante do que ver cidadãos ordeiros de bem e trabalhadores, principalmente quando são pessoas de destaque numa sociedade, sendo acusados de se rebaixar ao nível da criminalidade, explodir em revolta, demonstrar seu descontentamento e tentar impor sua vontade e sua visão de mundo pela violência, ainda mais quando em nome de uma causa duvidosa ou vã.


             Vivemos esperando dias melhores, como diz uma música de Jota Quest. Vivemos esperando pelas reformas de que o Brasil precisa para ser um lugar onde pessoas de bem vivam com qualidade de vida, as quais a gestão anterior não foi capaz de empreender (comentaremos os motivos de a gestão anterior não ter dado certo, em momento oportuno) e que os novos governantes prometeram fazer. Mas será que eles estão mesmo dispostos a isso? Até agora, as reformas iniciadas pelo novo governo estão se processando nas estruturas da administração pública federal e também naqueles edifícios destruídos. Se os cerca de 60 milhões de brasileiros que decidiram a eleição presidencial, da forma como foi decidida, fizeram uma escolha que se mostrou preponderante, é porque eles acreditaram que o Brasil ganharia alguma coisa, por um lado, no tocante à geração de empregos e ao incremento de rendas, por exemplo, mesmo sabendo que poderia perder, por outro lado, no tocante à segurança e aos direitos e liberdades individuais, por exemplo. Será que estamos mesmo em boas mãos? Ou estaria o Brasil se transformando, meramente, numa casa de portas escancaradas? Devemos nos lembrar de que não é apenas uma questão de opção, ou seja, uma questão de ser capitalista ou comunista. É mais uma questão de ser menos egoísta e mais altruísta. 

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