“Disse Jesus: Um semeador saiu a semear. E, semeando, parte da semente caiu ao longo do caminho; os pássaros vieram e a comeram. Outra parte caiu em solo pedregoso, onde não havia muita terra, e nasceu logo, porque a terra era pouco profunda. Logo, porém, que o sol nasceu, queimou-se, por falta de raízes. Outras sementes caíram entre os espinhos: os espinhos cresceram e as sufocaram. Outras, enfim, caíram em terra boa: deram frutos, cem por um, sessenta por um, trinta por um. Aquele que tem ouvidos, ouça.”Mateus 13, 4-9
Em 1989, há trinta anos, portanto, quando o Muro de Berlim ruiu, e ocorreu a primeira eleição presidencial após o fim do Regime Militar no Brasil, a canção Sowing the seeds of love, da banda inglesa Tears for Fears (ou Tios Fofinhos, para quem não tem audição familiarizada com a língua inglesa) estava entre as mais tocadas nas rádios. Ao contrário do que sugere o título, ela não é uma música romântica. Sua sonoridade lembra I am the walrus, dos Beatles, e ela alude a um momento conturbado na política do Reino Unido, que passara por eleições gerais, dois anos antes.
Hoje, novamente, o Reino Unido vive um momento político turbulento, pois está na iminência do BREXIT, o seu divórcio com a União Europeia. O governo britânico, o parlamento e a população não se entendem sobre como será essa separação, se é que será efetivada mesmo. Ela deveria, oficialmente, se iniciar na noite desta sexta-feira, mas foi adiada para 12 de abril. O impasse se deve a vários questionamentos como, por exemplo, se a ruptura com a comunidade será abrupta ou gradual, se a economia britânica ficará mais pobre ou mais autônoma, como ficarão os cidadãos britânicos residentes noutros países europeus, como ficarão os cidadãos de outros países do continente residentes na ilha, como ficará a fronteira virtual entre as duas Irlandas, sendo que uma, ao sul, cuja capital é Dublin, celeiro da banda U2, é independente e continua no bloco, e a outra, ao norte, cuja capital é Belfast, ainda está atrelada ao reino, enfim, como ficarão os fluxos de pessoas, de mercadorias e de serviços, entre o arquipélago e o continente.
Traçando um paralelo entre o vídeo da canção apresentada, que, aparentemente, fala algo sobre semear o amor, e o texto da Palavra que se segue, podemos concluir que fazer política poderia ser uma forma de semear o amor, a depender das intenções e dos bons exemplos apregoados por quem faz política. O problema é que, no mundo, ainda faltam operários suficientes para ensinar a fazer o bem, mas não falta quem ensine a fazer o mal. Por essas e outras, precisamos de mais leituras e orações, para superar os limites das mentes, que nos aprisionam e nos sufocam, às vezes. Porque é dentro delas que está a verdadeira semente do mal.
Um bom final de semana a todos.
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