O ano começou movimentado, com tragédias abalando a nação e o mundo. Terrorismo no Ceará, ruptura de barragem em Brumadinho com centenas de mortes, chuvas fortes com deslizamentos de terra e mortes no Rio de Janeiro, incêndio no centro de treinamento do Flamengo, culminando em mais mortes no Rio e a morte do jornalista Ricardo Boechat, num acidente de helicóptero. Todas elas foram consequências diretas ou indiretas da ação antrópica (humana).
O que uniria essas tragédias e aquele incêndio da boate Kiss? As investigações têm revelado que todos esses sinistros foram precedidos por irregularidades que necessitavam de correção imediata. Por exemplo, há tempos, as autoridades policiais sabiam da atuação de facções criminosas no Ceará, mas preferiram abafar esse fato. Há tempos, sabia-se que a barragem de Brumadinho era de solidez duvidosa. Há tempos, já se sabia que muitos morros do Rio poderiam desabar, principalmente sob os pesos de construções irregulares e das águas das chuvas. Há tempos, era sabido que a boate Kiss e o alojamento dos jogadores de base do Flamengo foram construídos com material inflamável e não eram seguros para as quantidades de pessoas que albergavam. Há tempos, eles sabiam que o helicóptero que transportou o jornalista, além de velho, não era devidamente licenciado para fazer esse tipo de serviço. Em suma, em todas aquelas situações, alguém já sabia que havia algo errado, conhecia os riscos, a gravidade e a extensão dos danos em potencial, que poderiam eclodir, a qualquer momento, mas nada fez para corrigir os erros, à tempo, talvez temendo algum prejuízo financeiro imediato, tratando com certo descaso a vida humana.
Ricardo Boechat, além de proferir severas e diretas críticas contra certos políticos e até líderes religiosos, se declarava ateu. Por isso, chegaram a declarar nas redes sociais que sua morte teria sido "castigo divino". Sua esposa, que é evangélica, ressaltou que seu aparente ateísmo não o impedia de por em prática indiretamente alguns ensinamentos do Evangelho, como demonstrar amor ao próximo, lutando por sua felicidade e por justiça, por exemplo. Às vezes, quem se declara ateu, além de quase nunca ser um ateu de verdade, é mais digno de ir para o céu do que muitos que dizem acreditar em Deus. Por isso, não desanime e não deixe de crer na Divina Misericórdia.
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