Ouvindo pelo rádio uma entrevista com o presidente do sindicato dos agricultores de sua cidade, o sujeito se pôs a refletir sobre o futuro da agricultura, uma atividade que deve permanecer essencial, juntamente com a pecuária, por maior que seja o progresso técnico-científico da humanidade, haja vista que quase toda a alimentação consumida nas cidades vem do campo, direta ou indiretamente. Os laboratórios não serão capazes de sintetizar em escala industrial todos os nutrientes requeridos por pessoas e por animais domésticos. As máquinas não poderão fabricar refeições sozinhas. Nada disso será possível sem os substratos provenientes de pequenos roçados ou de grandes lavouras, por mais insignificantes que pareçam.
Então o sujeito enviou mensagem para a emissora através do Whats App, perguntando se tem havido interesse da juventude pela agricultura, se os jovens, principalmente os filhos dos associados, têm demonstrado interesse em seguir o ofício dos pais e procurado o sindicato. Ele contou também que viajou a uma região serrana e se hospedou numa pousada cujo dono cultivava café orgânico. Esse produtor, por sua vez, se queixou de dificuldades em encontrar pessoas para trabalhar na sua plantação de café, porque os agricultores mais experientes da região estavam se aposentando ou morrendo, e os jovens do lugar não tinham interesse. Ele culpou, em grande parte, os programas assistenciais do governo por esse desinteresse dos jovens não apenas pela agricultura, mas também por outras formas de trabalho e até mesmo pelos estudos, porque esses programas os deixariam acomodados e cada vez mais propensos a enveredar pela criminalidade.
Então o sujeito enviou mensagem para a emissora através do Whats App, perguntando se tem havido interesse da juventude pela agricultura, se os jovens, principalmente os filhos dos associados, têm demonstrado interesse em seguir o ofício dos pais e procurado o sindicato. Ele contou também que viajou a uma região serrana e se hospedou numa pousada cujo dono cultivava café orgânico. Esse produtor, por sua vez, se queixou de dificuldades em encontrar pessoas para trabalhar na sua plantação de café, porque os agricultores mais experientes da região estavam se aposentando ou morrendo, e os jovens do lugar não tinham interesse. Ele culpou, em grande parte, os programas assistenciais do governo por esse desinteresse dos jovens não apenas pela agricultura, mas também por outras formas de trabalho e até mesmo pelos estudos, porque esses programas os deixariam acomodados e cada vez mais propensos a enveredar pela criminalidade.
Não se pode dizer que tudo está perdido. Houve tempos em que acessar o ensino superior era bem mais difícil, principalmente para moradores de cidades do interior pouco desenvolvidas. Não obstante, alguns jovens daqueles lugares se destacavam, deixavam de labutar nas terras de seus pais, e migravam para cidades maiores, em busca de continuidade dos estudos e de qualidade de vida. Quantos filhos de camponeses humildes já não se formaram médicos, dentistas, advogados, engenheiros ou professores? Se o filho de um humilde produtor rural conseguisse entrar numa universidade, gostasse de agropecuária e quisesse ajudar diretamente seus pais e sua comunidade de origem, ele poderia se formar engenheiro agrônomo ou médico veterinário, por exemplo. Essas profissões já foram bem mais valorizadas que hoje, especialmente durante o governo dos militares, que, grosso modo, contribuíram com o desenvolvimento agrícola da nação.
Falando em agronomia, segundo o saudoso Consciência Acadêmica, reza a lenda que um professor de uma faculdade de agronomia em Mossoró tinha a fama de ser muito exigente e de elaborar provas difíceis. Então seus alunos resolveram lhe pregar uma peça: deixaram um jumento sozinho na sala de aula à sua espera. Ele deu sua aula normalmente apenas para o jumento, como se os alunos estivessem lá. Sabendo que havia alguns alunos espreitando pelas portas e janelas, ao terminar, ele disse ao jumento: "Avise aos seus colegas que toda a matéria da prova está aqui na lousa". Tão logo ele saiu da sala, os alunos que estavam brechando entraram para copiar o que estava no quadro. Essa é uma história gostosa de relembrar, e ele a contou, durante uma entrevista ao Programa do Jô, na TV Globo. Sob risos, ele declarou que, dentre aqueles alunos, somente o jumento foi aprovado na sua disciplina.
Independentemente do contexto e dos obstáculos a enfrentar, fica a lição de que cada um de nós, seja estudante ou trabalhador, deve ter uma ideia das importâncias de suas atitudes e de seu papel social e assumir as responsabilidades inerentes às suas posições. No caso dos estudantes, principalmente, que eles reflitam melhor sobre isso, em vez de perderem tempo, querendo dar uma de espertos e aplicando trotes uns nos outros e até mesmo nos próprios mestres.
Saudamos a sra. Cizene, aniversariante dos próximos dias, mãe do dr. Tony, nosso colaborador, e que também foi uma jovem que deixou o campo, foi para a cidade estudar e voltou vencedora. Muita saúde e alegria de viver. Tenham todos uma ótima semana.
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