Os atos terroristas engendrados por facções criminosas no Ceará, nas duas primeiras semanas do ano têm causado significativa ruptura da rotina. Além de incendiar ônibus, os bandidos afrontaram ainda mais o Estado e a sociedade, explodindo viadutos e pontes, ateando fogo em veículos oficiais, como ambulâncias e caminhões de coleta de lixo, por exemplo, em prédios públicos e em locais de aglomeração, como shopping centers, por exemplo, e mandando os comerciantes baixar as portas, em algumas localidades.
Houve retração na circulação de ônibus na capital e, considerando que a maioria da população depende dos transportes coletivos, trabalhadores ficaram impedidos de chegar aonde necessitavam, prejudicando, consequentemente, os expedientes nas empresas e as ofertas de produtos e de serviços. Assim, quem não depende dos transportes coletivos também foi afetado. Por exemplo, se o cidadão procurasse um serviço de saúde, público ou privado, seu atendimento foi prejudicado, de alguma forma, porque certamente houve desfalque no quadro de funcionários, os quais ficaram impedidos de ir trabalhar, não só por falta de coletivos, mas também por medo de serem atacados por terroristas no caminho ou de que seus locais de trabalho fossem alvos de atentados.
O Ceará tem vivido, neste começo de ano, algo parecido com o que o Brasil inteiro sofreu com a greve dos caminhoneiros, ano passado. Seria até interessante se todos os cidadãos cruzassem os braços, ficassem em suas casas e fizessem tudo parar de uma vez, escolas, universidades, academias, bancos, lojas, padarias, postos de saúde, ônibus, metrôs, pelo menos por um dia. Só assim, o poder público seria pressionado a fazer algo de mais efetivo para colocar os criminosos em seus devidos lugares e pela restauração imediata da ordem pública, mesmo que, para isso, fosse necessária a decretação de um estado de guerra temporário.
Não adianta apenas trazer policiais ou soldados de fora para distribui-los em lugares onde não sejam vistos, se não houver um trabalho de inteligência das forças de segurança, para descobrir quem está financiando e organizando esses ataques, de onde estão partindo e para onde estão voltando os terroristas, penetrar nessas células terroristas e dissolvê-las. Há quem critique a vinda de reforços de fora, mas, de qualquer maneira, toda ajuda é bem vinda, neste momento tão delicado.
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