Há quase uma semana, o Brasil parou de maneira forçada, quase que por completo, depois que algumas entidades sindicais convocaram todos os trabalhadores a fazerem um dia de paralisação das atividades laborais, em protesto contra o governo central e algumas de suas medidas tidas como impopulares, tais como as reformas das leis trabalhistas e da previdência social, por exemplo. Embora nem todas as categorias de trabalhadores tenham aderido plenamente à paralisação, os protestos promovidos nas principais cidades por sindicatos e por trabalhadores em greve, além de alguns oportunistas infiltrados, foram suficientes para comprometer a ordem, o progresso e a rotina.
Alguns episódios de violência contra bens materiais e humanos reportados prejudicaram o funcionamento dos meios de transportes coletivos e de estabelecimentos comerciais, industriais, educacionais e de outros setores econômicos, levando, assim, o Brasil a perder boa parte de um dia de produtividade, haja vista que muitas empresas, bem como seus empregados que não quiseram aderir à greve, acabaram vendo suas seguranças e seus serviços comprometidos, vendo-se obrigadas, portanto, a baixarem as portas.
O movimento da semana passada foi apenas um flash, em comparação àquela onda de protestos por reformas políticas que se irradiou por todo o país, desencadeada inicialmente por protestos contra um aumento de vinte centavos nas tarifas de transporte coletivo em São Paulo, há 4 anos. No entanto, o poder de um movimento como esse, realizado estrategicamente às vésperas de um feriado do Dia do Trabalhador, não deve ser subestimado.
Entende-se que eventos como essa greve relâmpago do último dia 28, por exemplo, que teria levado muitas pessoas a deixarem seus trabalhos e irem às ruas protestar, deveriam funcionar como válvulas de escape legítimas para as pessoas que estão descontentes com o presente governo e suas medidas externarem suas insatisfações, de maneira democrática e ordeira. Todavia, a partir do momento em que essas manifestações se mostram autoritárias e intimidadoras, quando aqueles que cruzaram os braços passam a tentar impedir que os demais cidadãos que querem ou precisam trabalhar naquele momento trabalhem, além de obstruir o direito de ir e vir da população e de propagar o terror, por meio dos fechamentos de vias públicas, dos bloqueios de acessos aos aeroportos e das depredações de ônibus e de outros patrimônios públicos ou privados, por exemplo, tornam-se questionáveis os valores legais, morais e éticos de tais manifestações, que podem se tornar mais questionáveis ainda, caso se queiram questionar as reais motivações por trás dessas manifestações, se seriam verdadeiramente trabalhistas ou meramente políticas.
Assim, é perfeitamente compreensível que você não tenha parado de fazer o que estava fazendo para tomar parte naqueles protestos, na última sexta-feira, porque não quis perder tempo sendo massa de manobra em potencial, sabendo que não ia dar em nada.
Tenha um bom e produtivo restante de semana.
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