Há cerca de uma semana, nos deixou e partiu para a oficina divina o velho lobo dos campos de futebol, Zagallo. Coincidência ou não, dois dias depois, o alemão Franz Beckenbauer, mais conhecido como "Kaiser" (imperador, em alemão), também foi "convocado" a juntar ao mesmo time de Zagallo, lá naquela mesma oficina. O que eles tinham em comum? A diferença entre as idades era de 14 anos, mas eles eram fisicamente parecidos e ambos conseguiram a proeza de ser campeões mundiais de futebol por seus países, como jogadores e como técnicos. Agora o francês Didier Deschamps segue como único detentor vivo de tal façanha. Foram duas perdas pesadas para o mundo dos esportes, perdas indigestas e difíceis de engolir e de superar.
O que mais chama a atenção na partida de Zagallo é o fato de que ela parece ter unido os brasileiros. Pelo menos, até certo ponto. Não apenas nomes do esporte, oriundos de agremiações distintas, mas também e, principalmente, políticos de matizes ideológicas distintas lamentaram e prestaram condolências. O atual presidente da República, corintiano, por exemplo, decretou luto oficial de 3 dias. Seu antecessor e arqui-inimigo político, palmeirense, também se manifestou. Na verdade, o futebol sempre uniu os brasileiros, de um jeito ou de outro, principalmente durante a Copa do Mundo. No fundo, todo brasileiro gosta de futebol, mesmo sem torcer por um time de futebol específico, mas sempre torce pelo êxito da Seleção Brasileira.
Por esses dias, à parte do futebol e mais para dentro da seara política, foi descoberto um inusitado exemplo de união e de diplomacia. Um alto membro do Poder Judiciário teria descido do seu pedestal intangível de jactância e se disposto a fazer meio que um papel de defensor de um padre paulistano que atua em obras sociais, amparando moradores de rua da cidade de São Paulo, porque esse padre, quiçá pela sua proximidade com políticos governistas, chegando a ser acusado de fazer militância político-partidária (o que não seria de todo um crime, embora não fosse uma postura adequada para um sacerdote), estaria sob ameaça de investigação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), na câmara municipal daquela capital, com vistas a investigar a atuação de Organizações Não-Governamentais (ONGs), em certas áreas da metrópole, como a região conhecida por "Cracolândia", por exemplo. Nomes do meio artístico, mesmo não sendo pessoas declaradamente católicas, também resolveram se unir, em defesa do padre.
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