"A boca fala aquilo de que está repleto o coração".
Mateus 12:34
Quem ouve a rádio Jovem Pan News, uma das maiores redes de rádio especializado em jornalismo, já deve ter notado que ela está fazendo campanha de conscientização pela aprovação da reforma da Previdência, em sua programação diária, por vezes, apresentando seus argumentos e reproduzindo depoimentos de especialistas. Até aqui, nenhuma surpresa. Os comentaristas políticos da emissora já costumam expressar suas opiniões político-partidárias de modo um tanto parcial.
É um costume antigo veículos de comunicação de massa adotarem clara e explicitamente uma causa ou uma bandeira político-partidária. Há cidades do interior que possuem duas emissoras de rádio, por exemplo, onde uma delas toma partido da situação e defende o prefeito, e a outra milita na oposição. Entretanto, tomar partido de algo pode ter seu preço. Por exemplo, a rádio Dragão do Mar, uma das mais tradicionais de Fortaleza, por tomar partido, foi um dos primeiros alvos das operações militares de 31 de março de 1964, tendo seus estúdios invadidos e os seus ocupantes presos, numa ação que lembraria o ocorrido em São Paulo, há algumas semanas, quando uma emissora de rádio foi assaltada, quando transmitia também em vídeo, por uma rede social.
De qualquer maneira, é temerário que um meio de comunicação cuja função primordial é informar e formar opiniões, às vezes, de entreter também, o faça de forma tão parcial, a menos que a razão de existir desse meio seja fazer a propaganda de um produto, de uma causa ou de uma ideia, como no caso das TVs, jornais e rádios religiosas, por exemplo, cujas linhas de pensamento editorial geralmente são bem claras e imutáveis.
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