O filme De Ilusão Também Se Vive, cujo título original em inglês é O Milagre da Rua 34, é um clássico do cinema de temática natalina, assim como seu contemporâneo A Felicidade Não se Compra. A produção surgiu como uma forma de fazer merchandising de uma das maiores e mais antigas redes de lojas de departamentos dos Estados Unidos, a Macy's. A história começa com um senhor caucasiano de barba branca e longa caminhando pelas ruas de Nova Iorque, observando e opinando sobre as decorações e os festejos natalinos. Até que ele
se encontra com uma gerente da referida loja, que o contrata para ser aquele Papai Noel que deve acolher as crianças com seus pedidos, posar para fotos com elas e convencer seus pais a comprarem na loja os brinquedos que elas pedirem. Quando os pais dizem que não encontram na loja tais brinquedos, ele indica-lhes onde encontrá-los, entre as lojas concorrentes, o que, inicialmente preocupa e frustra as expectativas de outros funcionários da loja. Surpreendentemente, essa atitude de mr. Kris Kringle agrada bastante ao público, que retribui adquirindo outras mercadorias da loja, e isso pega bem para a imagem da empresa. A gerente que o contratou é uma mulher divorciada muito cética, que cria sozinha sua filha pequena tentando dissuadi-la de acreditar no que ela considera fantasias, ilusões e contos de fadas. As duas, inicialmente, relutam em acreditar no que lhes diz o senhor Kris, mas acabam simpatizando com ele.
Entretanto, devido ao fato de, dentre outras coisas, ele declarar aos quatro ventos com extrema convicção que é o Papai Noel em pessoa, ele é considerado louco por alguns, mesmo dentro da própria empresa, que conspiram contra ele para interná-lo compulsoriamente num hospital psiquiátrico, recorrendo à Justiça com esse fim. Até que um jovem e idealista advogado, que é vizinho e namorado daquela gerente, solidariza-se com o sr. Kringle e abraça-lhe a causa, indo ao tribunal provar que Papai Noel existe e que é, de fato, aquele homem.
O longa metragem não deixa de ter um forte apelo comercial e retrata o quanto a sociedade norte americana é consumista e materialista, pois o cidadão comum americano em geral tem renda e padrão de vida elevados, em comparação com seus pares, noutros países. Ele compra muito, principalmente supérfluos, mas precisa suar para gastar mais ainda com serviços essenciais que nem sempre são integralmente cobertos pelo governo, como saúde e educação, por exemplo. Se ele não tiver bom senso e não souber poupar, ele dança.
O enredo do filme gira em torno da figura do Papai Noel, e forma-se toda uma celeuma para provar que Papai Noel existe, mas nenhum empenho para provar que Deus existe, como se vê na série de filmes Deus Não Está Morto. Não obstante, pode ser encarado como uma forma bem intencionada de manter vivo o espírito natalino, embora de maneira muito materialista e sem dar a devida relevância ao verdadeiro sentido da existência do Natal, que é o nascimento do Menino Jesus, um evento histórico de imensurável importância e que dispensa maiores comentários.
O Papai Noel não deixa de ter seu valor como componente de origem cristã do folclore natalino, embora sua imagem tenha sido deturpada e mercantilizada com interesses escusos, ao longo dos tempos. Não faz mal você fazer alguma alusão a essa figura lendária e decorativa, se trajando como ele e distribuindo agrados e presentes, principalmente aos seus filhos, mas você NUNCA, jamais e em hipótese alguma deve colocar o Papai Noel acima do protagonista da história do Natal, que é o seu aniversariante, Jesus Cristo. Não deixe de ensinar aos seus filhos que esta festa só existe por causa deste, e não daquele.
Mais uma vez, desejamos que você siga em busca do verdadeiro sentido do Natal. E tenha um Feliz Natal.
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