Semana passada, o Ministério da Educação enviou e-mail às escolas de ensinos fundamental e médio, pedindo para que realizassem com os alunos cerimônias de hasteamento da Bandeira Nacional com execução do Hino Nacional, precedidas pela leitura de uma mensagem do ministro da pasta contendo a frase "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos", e que essas cerimônias fossem gravadas em vídeos e enviadas ao ministério. À primeira vista, nada demais. Um dos metiês da escola é incutir valores como civismo e cidadania, por exemplo, ensinando também os alunos a ter o devido respeito à pátria com tudo que ela representa e por ela é representado. Em muitas escolas, civis ou militares, os alunos já hasteiam a bandeira e cantam o hino, periodicamente.
Gerou-se uma polêmica, porque esse pedido soou como imposição, embora já existam leis determinando esse tipo de ritual nas escolas, e o conteúdo da mensagem aparentemente faria apologia político-partidária. Some-se a isso o fato de se fazer imagens dos alunos, sem autorização dos pais ou responsáveis, que poderiam ser usadas em propagandas institucionais. O próprio ministro da Educação admitiu que errou, na forma como procedeu a solicitação, e já retificou o erro.
De qualquer maneira, é nobre essa conduta do governo em resgatar o respeito aos valores cívicos e aos símbolos nacionais, desde não haja fanatismo, nem doutrinação tendenciosa nas escolas, para que ninguém seja obrigado a cultuar o Estado, em detrimento das lembranças de suas mazelas. Espera-se que as escolas tenham condições estruturais para funcionar, que os professores sejam dignamente respeitados, valorizados e remunerados e que os alunos não precisem fingir que são felizes nas escolas, mesmo passando fome, como naquelas fotos em que eles se sentavam à uma mesa com um livro aberto e a Bandeira Nacional ao fundo. Espera-se que esta gestão não incorra nos mesmos erros que eles criticavam, em gestões anteriores.
Neste começo de Quaresma, desejamos um bom período de sacrifícios e de renovação para toda a nação.
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