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A Pandemia pode ter passado, mas, onde você estiver, não se esqueça de mim.

A Pandemia pode ter passado, mas, onde você estiver, não se esqueça de mim.
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Falando em Pandemia, ela se foi, mas o Coronavírus continua entre nós, fazendo vítimas.

Falando em Pandemia, ela se foi, mas o Coronavírus continua entre nós, fazendo vítimas.
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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Flagrante do cotidiano 5


            "Quando por alguém fores convidado às bodas, não te reclines no primeiro lugar; não aconteça que esteja convidado outro mais digno do que tu, e vindo o que te convidou a ti e a ele, te diga: Dá o lugar a este; e então, com vergonha, tenhas de tomar o último lugar. Mas, quando fores convidado, vai e reclina-te no último lugar, para que, quando vier o que te convidou, te diga: Amigo, sobe mais para cima. Então terás honra diante de todos os que estiverem contigo à mesa. Porque todo o que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado." 

Lucas 14: 8-11           


            Sou também favorável às políticas de acessibilidade e de inclusão social, em todos os campos, mas acho que, às vezes, são cometidos excessos, com o intuito de melhorar o acesso daqueles que tem alguma forma de impedimento à algum serviço, que acabam prejudicando a coletividade.

            Acho louvável a atitude de um supermercado recém-inaugurado, assim de outros pré-existentes em nossa cidade, de reservar vagas para portadores de necessidades especiais e idosos, por exemplo. Mas, será que seriam realmente necessárias tantas vagas assim para os grupos de pessoas que mencionei???

            Ao meu ver, há um certo exagero. Pessoas acima de 60 anos que conduzem veículos deve haver bastantes, mas deficientes físicos motoristas, acredito que não existam tantos assim. Deve ser possível contar nos dedos o número de veículos adaptados aos deficientes físicos circulando em nossa cidade. Raramente os vejo nas ruas. O que vejo com frequência são táxis adaptados a esse tipo de passageiros.

             Você deve estar achando que estou reclamando vaga para estacionar meu carro e querendo ser preconceituoso com aqueles que têm direito às vagas nas fotos acima. Não mesmo. A questão não é essa. Ontem, esse supermercado não estava muito movimentado, e, mesmo que estivesse lotado, eu respeitaria as vagas reservadas para casos especiais, como eu sempre faço, embora a maioria dos condutores não respeite e deixe seus carros em qualquer lugar. Assim como, em filas, costumo respeitar os direitos daqueles que têm o direito de "furar" a fila e passar na minha frente, nem que eu passe o dia todo ali esperando que todos eles passem por mim. A pergunta que eu quero deixar aqui é: existe mesmo demanda para tantas vagas azuis??? 

             Se, em alguns lugares, a gente se respeitando, cada um tem seu espaço garantido, noutros lugares, ninguém respeita ninguém, cada um só pensa no seu e azar de quem chegar depois. Na manhã do último sábado, quando cheguei para trabalhar, quase não consegui estacionar, porque esses carros e as motos não me deixaram espaço.


             Já que estamos falando de trânsito, não sei se você se recorda, mas, por esses dias, fez um ano que aconteceu aquele episódio em Porto Alegre, no qual um carro foi jogado raivosamente contra um grupo de ciclistas que faziam um passeio ciclístico pelas principais ruas daquela cidade. Todos os meses, sempre numa noite de sexta-feira, o movimento Massa Crítica promove um encontro de ciclístas que saem para dar um rolé pela cidade, com o intuito de promover o uso da bicicleta como meio de transporte alternativo e politicamente correto. O cara deve ter ficado muito impaciente com a lentidão no trânsito causada por aquele evento, chegando ao ponto de perder a cabeça e atirar-se com carro e tudo contra a multidão. Agora ele está respondendo em liberdade a um processo por tentativas de homicídio, embora tenha alegado ter tomado aquela atitude em legítima defesa e de seu filho adolescente, que estava com ele, porque teria sido ameaçado pelas vítimas.


              Olha, entendo que, às vezes, o tráfego se torna uma pedra no nosso sapato, nos impedindo de viver, e dá uma certa vontade de passar por cima de tudo, com aquelas picapes de rodas gigantes que volta e meia aparecem nas telas de cinema, mas não é por aí. Esta não seria a melhor saída, companheiro.

              Eu simpatizo com a causa defendida pelo Massa Crítica. Por mim, se eu pudesse, eu daria preferência a sair de casa, em meu cotidiano, de bicicleta. Tenho até cogitado ultimamente esta possibilidade, haja vista que recentemente passei a morar mais perto de meu principal local de trabalho, meu hospital de residência médica, e porque o preço da gasolina está ficando proibitivo. Entretanto, além do fato de eu não parar em um só lugar, pois eu preciso de vez em quando me movimentar em distâncias maiores pela cidade, outros obstáculos que tenho de enfrentar são a falta de infraestrutura e de segurança em Fortaleza. Se fosse em Sobral, que é uma cidade menor e aconchegante, além de possuir proporcionalmente mais ciclovias e mais segurança que Fortaleza, eu voltaria a pedalar, assim como eu fazia, quando eu morava lá, nos meus primeiros anos de faculdade.

               Há um grupo em Fortaleza que se reúne para pedalar, nas noites de segunda-feira. Eles geralmente se concentram nas proximidades do Shopping Benfica e, partindo dali, acho que eles chegam a pedalar até o Parque do Cocó, pois, quando eu morava para aqueles lados da cidade, eu os via indo no rumo de lá, sempre às segundas.

              "Quem me dera agora eu tivesse uma viola prá cantar". Quem me dera agora eu tivesse uma bicicleta prá pedalar.

               Havia uma companheira da faculdade que gostava muito de andar de bicicleta, tanto aqui como em Sobral, e acho que ainda gosta, apesar de ter sofrido um acidente em sua bicicleta, há alguns anos. Trata-se de uma pessoa adorável, bem light e bem "prá cima". Em homenagem a ela e a todos os demais ciclistas de carteirinha que conheci, nos dois mundos em que transitei, deixo aqui um vídeo da canção "Ciclovia", nas vozes de Leila Pinheiro, Marcos Vale e Jorge Vecilo.




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