Como você já sabe, eu não gosto de carnaval, tampouco acompanho esse desfiles de escolas de samba na TV. No entanto, fiquei feliz ao saber que a escola campeã deste ano no Rio, que foi a Unidos da Tijuca, entrou na Sapucaí com a temática ligada ao povo nordestino, com especial destaque ao centenário de nascimento de Luiz Gonzaga, o rei do baião, a se completar em dezembro deste ano.
Eu escrevi sobre ele no Consciência Acadêmica, há alguns anos, e aproveito a deixa para fazer uma pequena retificação. Quando ele morreu, há mais de vinte anos, eu era garoto e minha mãe me disse que ele havia morrido de um câncer ósseo, por ter bebido Coca-Cola. Não acreditei muito nessa versão e justifiquei que o Gonzagão, por ser um “humilde caboclo do sertão sequer sabia o que é Coca-Cola”. Pensando bem, acho que essa justificativa não procede. Eu conhecia muito pouco sobre a história de vida do artista, até visitar o museu dedicado a ele, no Parque Aza Branca, uma antiga fazenda localizada em Exu, Pernambuco, que pertenceu ao seu pai, Januário, e onde estão depositados seus restos mortais. Então eu descobri que ele morou no Rio de Janeiro por muitos anos e que deve ter adquirido alguma coisa da cultura da cidade “maravilhosa”. Muitos de seus parentes moram até hoje por lá. Então, ele deve ter bebido Coca-Cola alguma vez na vida, porque, mesmo sendo um sertanejo de origem humilde, ele viajou muito, a bordo de sua sanfona mágica, e teve bastante contato com outras culturas diferentes da sua.
Eu escrevi sobre ele no Consciência Acadêmica, há alguns anos, e aproveito a deixa para fazer uma pequena retificação. Quando ele morreu, há mais de vinte anos, eu era garoto e minha mãe me disse que ele havia morrido de um câncer ósseo, por ter bebido Coca-Cola. Não acreditei muito nessa versão e justifiquei que o Gonzagão, por ser um “humilde caboclo do sertão sequer sabia o que é Coca-Cola”. Pensando bem, acho que essa justificativa não procede. Eu conhecia muito pouco sobre a história de vida do artista, até visitar o museu dedicado a ele, no Parque Aza Branca, uma antiga fazenda localizada em Exu, Pernambuco, que pertenceu ao seu pai, Januário, e onde estão depositados seus restos mortais. Então eu descobri que ele morou no Rio de Janeiro por muitos anos e que deve ter adquirido alguma coisa da cultura da cidade “maravilhosa”. Muitos de seus parentes moram até hoje por lá. Então, ele deve ter bebido Coca-Cola alguma vez na vida, porque, mesmo sendo um sertanejo de origem humilde, ele viajou muito, a bordo de sua sanfona mágica, e teve bastante contato com outras culturas diferentes da sua.
Mais uma vez, o povo nordestino dá a volta por cima e, de alguma forma, mostra seu valor, para a mídia do sul-sudeste, desta vez, sem nenhum interesse político implícito. Ao contrário do que aconteceu em 1995, quando a Imperatriz Leopoldinense foi campeã, homenageando o Ceará na avenida, tendo recebido patrocínio do nosso governo estadual, que, na época, era encabeçado por Tasso Jereissati, recém-assentado no poder, pela segunda vez, querendo mostrar a que veio. Era um tempo em que se acreditava que tudo era prá sempre, sem saber que o “prá sempre” sempre acaba. Veja mais em http://www.culturaemercado.com.br/noticias/marketing-no-carnaval/, http://blog.opovo.com.br/blogdoeliomar/ceara-pode-ser-tema-de-samba-enredo-da-beija-flor-em-2012/ e http://www.tecap.uerj.br/pdf/v6/rosa_magalhaes.pdf.
Nos últimos dois anos, os nordestinos tem sido alvo de insultos nas redes sociais, por causa do resultado das últimas eleições presidenciais, por causa de partidas de futebol entre times nordestinos e times do eixo Rio - São Paulo, ou até mesmo insultos gratuitos e casuais. Quanto ao insulto após as eleições, respondi mais ou menos da seguinte maneira no Twitter:
“Não culpem o povo nordestino pela vitória de Dilma Rousseff nas urnas. Culpem antes a nossa burguesia. Embora muitos aqui acreditem que seu governo será um governo dos trabalhadores e para os trabalhadores, como o governo Lula tentou ser, na verdade, o governo Dilma será sustentado por um conchavo formado pelas oligarquias que controlam alguns Estados, há varias gerações, e que, por puro oportunismo, mudaram de lado e agora se fazem passar por socialistas. E, assim, possibilitaram a eleição de Dilma, para que eles assumam o controle da máquina administrativa em seu lugar e governem de fato o Brasil”.
Para os insultos mais recentes, via Facebook, minha resposta veio nos seguintes termos:
“Nós, nordestinos, temos muitas coisas boas a oferecer e, mesmo assim, cospem na gente. Quem nos critica nas redes sociais provavelmente são os mesmos que babam, quando uma mulher nordestina vira capa de revista masculina, ou que, todos os anos, vem curtir o carnaval na Bahia e o São João em Campina Grande ou em Caruaru, depois vem conhecer outras belezas naturais, como, por exemplo, Porto de Galinhas(PE), Morro do Careca e o maior cajueiro do mundo(RN), Canoa Quebrada e Jericoacoara(CE), Delta das Américas(PI), Lençóis Maranhenses(MA), entre outros.”
Encerro a postagem desejando votos de sucesso ao amigo Fujita, que está na selva de pedra chamada São Paulo, um nordestino no meio das feras, fazendo residência médica em anestesiologia. Boa sorte, velho camarada.
Deixo aqui um clipe de uma canção do Gonzagão cuja letra é a minha cara, porque eu também deixei meu coração num pé de serra bem ali. Dancei quadrilha ao som desta canção, quando era menino. E se você também quiser conhecer o museu dele em Exu, pegue antes uns bizús aqui.
******
Nenhum comentário:
Postar um comentário