Continuando a nossa busca incessante, diária e literária pela fonte da juventude, tal como o desbravador espanhol Ponce de Leon, recordo-me que um renomado cientista norte-americano chamado Linus Pauling, aquele mesmo que criou o famoso diagrama que leva seu nome e que determina a distribuição de elétrons dos elementos químicos, pois bem, teria realizado pesquisas intensivas sobre a vitamina C, tendo-lhe atribuído propriedades questionáveis, como a cura de diversas doenças. Essas pesquisas teriam dado origem a uma espécie de ciência vista oficialmente com reservas: a medicina ortomolecular.
Sabendo que certas substâncias como a vitamina C têm propriedades antioxidantes e que, portanto, reduziriam a quantidade de radicais livres no organismo, então teoricamente tais substâncias poderiam ser empregadas terapeuticamente nos tratamentos de muitas doenças e para retardar o envelhecimento. A medicina ortomolecular parece partir do princípio de que as doenças e a velhice são causadas por desequilíbrios entre as moléculas do organismo e que a reposição dessas moléculas ou mesmo a suplementação delas seria suficiente para reverter os quadros citados. Isto lembra um pouco as terapias empíricas empregadas pela medicina das civilizações antigas, baseadas na teoria dos quatro humores, por exemplo.
Mas você não sabe o que são os quatro humores, certo? Então, permita-me explicar que, segundo Hipócrates, o pai da medicina, na Grécia antiga, o corpo humano seria constituído por quatro tipos de fluidos ou humores: o sangue, a bílis amarela, a bílis escura e a fleuma, que determinariam, respectivamente, os temperamentos sanguíneo (impulsivo), colérico, melancólico e fleumático (sereno). Havia uma analogia entre esses quatro humores e os quatro elementos fundamentais da natureza. O sangue é quente e úmido como o ar e sai do coração, a bílis amarela é quente e seca como o fogo e está no fígado, a bílis escura é fria e seca como a terra e está no baço, e a fleuma é fria e úmida como a água e está no cérebro. Para a ciência hipocrática, as doenças eram determinadas por desequilíbrios entre os humores. Acreditava-se que a physis, ou seja, a natureza, se encarregaria de restabelecer a homeostase, ou seja, o equilíbrio entre os humores sozinha, por meio da eliminação do componente em excesso, cabendo ao terapeuta apenas conduzir o processo. Os adeptos da medicina ortomolecular também acreditam na busca do equilíbrio pela natureza, mas eles intervêm ativamente pela reposição dos elementos que supostamente estão em falta no organismo. Como o nome diz, aqui já se pensa em nível molecular, de coisas pequenas e invisíveis a olho nu. Se estas terapias funcionam ou não, quem sou eu para julgar?
Não sei dizer se realmente a vitamina C é rejuvenescedora, mas minha avó materna, que é uma voraz consumidora de frutas cítricas, não aparenta estar com seus 87 anos completos na semana passada. Acho que já falei a respeito disso em http://conscienciaacademica.blogspot.com/2008/05/evangelho-do-dia-seguido-por-um.html.
Veja você onde fui parar. Pretendia, em princípio, escrever uma postagem mais simples e mais direta. Acabei fazendo uma pesquisa mais profunda sobre medicina ortomolecular e sobre medicina hipocrática, para não correr o risco de escrever coisas indevidas. Se quiser saber mais, leia em:
Continua...
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