Na semana passada, vimos o acirramento da disputa pelo poder, entre os três poderes da República. Há tempos, cada um deles quer mandar mais que o outro. Primeiramente, um dos ministros da nossa suprema corte determinou a liberação das atividades religiosas presenciais. Em questão de dias, essa decisão foi revogada pelo grupo.
Uma decisão de primeira instância autorizou a importação de vacinas por empresas privadas, dentre elas uma universidade particular de Campina Grande (PB), por exemplo, com vistas a vacinar os seus públicos específicos, de clientes, colaboradores e funcionários, GRATUITAMENTE. Em poucos dias, uma decisão de instância superior revogou a primeira liminar, alegando-se que a vacinação teria de se dar prioritariamente pelo Sistema Único de Saúde, o SUS, a fim de não desprestigiá-lo. Eles não percebem que abrir mais frentes paralelas de trabalho para a vacinação e, consequentemente, um maior leque de possibilidades para a população, não é desprestigiar o SUS. Pelo contrário, é ajudar a saúde pública a imunizar a maior parte da população, em menor tempo possível. Se a iniciativa privada, ao vender produtos e serviços em saúde, denigre a saúde pública, então é melhor que se fechem logo de vez todos os estabelecimentos privados de saúde e as operadoras de planos de saúde e que deixem tudo na conta do já combalido SUS.
Um membro da mais alta corte determinou que o Congresso Nacional instaure uma espécie de CPI da COVID-19, voltada inicial e tendenciosamente para apurar as responsabilidades da Presidência da República, no tocante ao enfrentamento da Pandemia. Dentro do parlamento, há quem advogue a extensão das investigações aos poderes públicos estaduais e municipais, que teriam também recebido verbas federais para a saúde, mas as destinações dos recursos, por vezes, são passíveis de questionamentos.
Já nesta semana, outro membro da alta corte indeferiu e adulterou um decreto presidencial que versa sobre a regulamentação do porte de arma de fogo no país. Independentemente do teor moral e ético desse decreto, é de despertar cuidados em ver que o Poder Judiciário chegou ao ponto de editar as leis que eles supostamente devem aplicar. Muitas das causas que eles julgam são consideradas por eles inconstitucionais, mas será o que eles têm feito ultimamente constitucional???
Com esses exemplos mencionados para ilustrar esta mais intensa e recente interferência deletéria entre os três poderes da República, alguém ainda tem dúvidas de que estamos diante de uma grande crise institucional sem precedentes? Observe que aquela Justiça que permite aos Estados e municípios proibirem celebrações religiosas é a mesma que barra lockdown no Distrito Federal e libera uma partida de futebol entre Flamengo e Palmeiras, em Brasília, por exemplo. Quem poderá deter tantos usos e abusos cometidos tendenciosamente por quem parece estar trabalhando contra a nação, enquanto já perdemos mais de 360 mil vidas para a COVID-19? Veja com que nossos magistrados e parlamentares estão se ocupando: em fazer CPI e se digladiar pelo poder. Afinal de contas, em que mãos estamos mesmo???
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