Enquanto perdurou aquele clima gostoso de festividade e de confraternização, apesar das limitações impostas pela Pandemia, e dos abusos cometidos em alguns lugares, independentemente de suas convicções religiosas, caso as tenha, você chegou a pensar no verdadeiro significado daqueles dias? Já pensou sobre o porquê e para quê o Natal existe? Até que a noite de Natal se tornasse a mais bela dentre as noites do ano, a festa do Natal percorreu um longo e tortuoso caminho. A maioria dos contemporâneos de Nosso Senhor Jesus Cristo sobre a Terra não deu a devida relevância, de imediato, ao seu nascimento, à sua passagem pelo mundo material, à sua morte e à sua ressurreição. Por essas e outras, a história de Jesus Cristo começou a ser contada, meio que tardiamente, pelos distintos prismas dos quatro evangelistas. Somente alguns séculos mais tarde, quando o Cristianismo já estava legalizado e consolidado, no Império Romano, é que o nascimento dEle passou a ser celebrado, vindo a adquirir as características atuais, após sobreposições de elementos culturais, ao longo do tempo. Devido às origens pagãs de alguns desses elementos, alguns grupos de cristãos já se abstiveram ou ainda se abstêm de festejar o Natal, por considerá-lo uma festa pagã. Em parte, talvez eles estejam certos. A depender de quem celebra o Natal, das intenções que lhe preenchem o coração e a mente, e do contexto em que se celebra, talvez o Natal seja mesmo uma festa pagã, da qual o aniversariante fica de fora.
De todo modo, para quem tem alguma noção a respeito do que foi comentado, o Natal há de provocar mais do que um efêmero deslumbramento. O presépio, a árvore coberta de luzes coloridas piscando e com as caixas de presentes aos pés, a mesa enfeitada e farta de comida, com destaque para um peru assado, o boneco de neve e o Papai Noel representam muito mais que elementos decorativos natalinos. Todos eles vieram de algum lugar e têm alguma razão de ser e de existir, mas nenhum deles está acima do verdadeiro sentido do Natal, ao qual o Evangelho se refere como "O Verbo", por representar a Palavra de Deus ou a vontade divina, que ganhou forma concreta no corpo de um ser humano, que foi concebido de um modo curioso e intangível à razão humana. Perceba o quão sublime foi aquele evento. Uma divindade desceu e viveu com e como os humanos mortais, guardadas as devidas proporções, claro. Era uma dádiva invejada e desejada por civilizações pagãs. Por essas e outras, entre os primeiros que vieram a reconhecê-lo e adorá-lo estavam três viajantes estudiosos e oriundos de nações pagãs do Oriente. Por essas e outras também, existiu a mitologia greco-romana, que concebeu uma constelação de divindades e procurou aproximá-las das pessoas dentro do possível, ainda que apenas de modo virtual, por meio da literatura e estabelecendo metáforas entre as existências delas e a existência humana. Lamentavelmente, a maioria dos que conviveram com Ele não souberam aproveitar aqueles tempos de graça, quando Deus estava no meio deles. E ainda por cima, acabaram por (tentar) matá-lo. Conseguiram mas, ao mesmo tempo, não conseguiram. Você já sabe porque.
Onde Jesus Cristo nasceu não costuma cair neve, mas também faz frio, nesta época do ano. Mesmo assim, quando se fala em Natal, uma das primeiras imagens que vêm à mente de quem ouve é de uma paisagem coberta de neve. Deve ser bem aprazível comemorar o Natal e o Ano Novo, numa daquelas regiões frias e cobertas de neve, mas é bom tomar cuidado sempre, porque tanto lugares quentes demais como frios demais podem ser perigosos. Todos os extremos são perigosos. O único extremo que faz bem é o do amor. Como disse o filósofo, a verdadeira medida do amor é o amor sem medidas. Se bem que, no caso do frio, o extremo até que viria a calhar, no caso do Brasil, a depender do tipo de vacina contra o Coronavírus que será adquirida e aplicada primeiro por aqui, haja vista que uma delas requer conservação em temperaturas de até 70ºC negativos!!!
Em meio às presentes adversidades, teoricamente, quem se considerar cristão deve seguir celebrando o Natal, dentro de suas possibilidades e, acima de tudo, procurando fazer a vontade Dele, sendo solidário com o semelhante, sobretudo neste momento tão difícil que a humanidade atravessa. Como diria o filósofo, não há mal que dure para sempre. Espera-se que quem tiver bom senso faça bom uso dele. Quem puder ficar bem em casa deve ficar. Se você tem um espírito parecido com o de Papai Noel, procure mantê-lo vivo, ao longo de todo o ano 2021 e pelo resto de sua vida na Terra, e mantenha seu coração amando a tudo e a todos, sem fronteiras discriminatórias. Fique sabendo que o espírito natalino e festivo já fez até uma guerra parar!!!
O blog Jardim das Garrafas Digitais expressa seus sentimentos pelos mais de 190.000 brasileiros vitimados pela COVID-19, em 2020, especialmente pelas partidas para a oficina divina do jornalista e ex-parlamentar cearense Normando Sóracles, na tarde do dia 25 de dezembro, da atriz e veterana da TV brasileira, Nicete Bruno, no último dia 20, e do cantor carioca Paulinho, vocalista da banda Roupa Nova, no último dia 15. Solidarizamo-nos com as dores de todas aquelas famílias e esperamos que Deus acolha a todos em Sua infinita misericórdia. Ao mesmo tempo, desejamos a todos os sobreviventes um feliz e proveitoso ano de 2021 de graças, bênçãos e misericórdia.
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