Pega varetas é um jogo infantil que consiste em empilhar aleatoriamente um conjunto de varetas de cores distintas numa superfície plana. Cada participante deve tentar retirar cuidadosamente uma vareta de cada vez, sem mover as demais varetas. Cada vareta retirada confere uma pontuação, conforme a cor. Apesar de ser um jogo infantil, é um jogo delicado, que requer certa destreza com as mãos.
Tão ou mais delicado que o jogo de pega varetas é a situação em que se encontra nossa economia, com os preços dos combustíveis flutuando, sempre para cima, de acordo com as marés da cotação do dólar e da economia internacional, por exemplo, denotando a extrema dependência externa dela. Aparentemente preocupado com essa situação e bem intencionado a tentar coibir possíveis abusos nos reajustes dos preços dos combustíveis, na semana passada, o presidente da República declarou que não pretendia intervir na Petrobras, mas que "alguma coisa vai acontecer", nos dias vindouros. E aconteceu mesmo. Ele substituiu o presidente da empresa por um alto oficial do Exército, que, mesmo não necessariamente sendo um expert em economia, seria uma pessoa de sua mais íntegra e direta confiança.
Mesmo que tenha a melhor das intenções, o presidente não pode atuar na economia, ou em qualquer outro setor, como se fosse um amador. Ele precisa se esforçar mais para se cercar de quem realmente entenda dos assuntos com os quais tem que lidar, ter o máximo de delicadeza possível, como num jogo de pega varetas, e pisar em ovos, para não cometer os mesmos erros de governos anteriores, que interviram nos preços dos combustíveis e meteram "o dedo na energia elétrica", trazendo benefícios imediatos, porém efêmeros, para a população. O represamento dos preços dos combustíveis e das tarifas de energia elétrica foi uma prática criticada pelo próprio presidente, antes de ascender ao cargo, sabendo ele que ela trouxe efeitos deletérios tardios, para a economia nacional. A simples troca na presidência da companhia desagradou aos representantes da iniciativa privada na administração, causando vendas de ações dela e de outras estatais brasileiras, desvalorizando as ações delas e valorizando o dólar. Ou seja, foi um tiro no pé. E isso deve repercutir, direta ou indiretamente, nas vidas de TODOS os brasileiros, mesmo aqueles que não têm carros ou motocicletas ou que não usam transportes coletivos, mas pelo simples fato de consumirem produtos ou serviços, como alimentos ou energia elétrica, por exemplo, pois esses aumentos do dólar e da gasolina geram aumentos noutros produtos e serviços, e todos esses aumentos se retroalimentam entre si.
Qual seria a melhor saída para esta crise, então??? A resposta pode não ser tão fácil e evidente como parece. Retirar impostos federais sobre os combustíveis, por exemplo, seria apenas um paliativo, com consequências à médio ou longo prazo. Os preços continuariam acompanhando a cotação do dólar e, cedo ou tarde, a União teria que voltar a tributar os combustíveis, sob pena de futuros prejuízos com a falta daquela arrecadação. Como se vê, o assunto não se esgota aqui. O fato é que algo precisa ser feito, o quanto antes. E que Deus esteja conosco e tenha misericórdia de nós, brasileiros.
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