Como você já deve saber, os réus acusados de envolvimento no escândalo do Mensalão foram considerados culpados e condenados como tal e já estão em cumprimento de suas penalidades, mas, apesar dos indícios de que eles teriam atuado de maneiras conjunta, coordenada e articulada, foram absorvidos da acusação de formação de quadrilha. Isto vem a propiciar-lhes reduções em suas penas, permitindo-lhes cumpri-las em regime semiaberto ou mesmo em aberto.
Apesar de todos os meandros do caso Mensalão, que, fizeram-no parecer-se com outros casos parecidos, dando a impressão de que iam dar em nada, apesar das contradições jurídicas, como a prisão de alguns deputados federais que foram processados, mesmo sem as perdas de seus mandatos parlamentares, bem como dos benefícios e privilégios pertinentes aos cargos, criando-se uma espécie de bancada dos deputados presidiários, situação incompatível com o regime carcerário, por exemplo, acreditamos que, como já foi dito, para os padrões brasileiros, dentro do esperado, houve justiça.
Não se pode dizer que o caso Mensalão acabou em pizza, mas pode-se dizer que os réus estão recebendo uma dieta bem restrita de sal e de gorduras, portanto, uma dieta leve, porém não tão insossa, por ser bastante generosa no açúcar.
Antes de continuarmos nossa reflexão, um adendo importante. Como falamos em pizza, há uma informação importante que gostaríamos de repassar. Você sabia que, segundo alguns dicionários e manuais da nossa estimada Língua Portuguesa, para a palavra pizza existem as formas adaptadas píteça ou pítiça??? Estas formas não são consagradas nem difundidas no Brasil, mas, ao que tudo indica, do outro lado do Atlântico, sim. Os lusitanos costumam evitar o uso de estrangeirismos e encontram termos adaptados para tudo em português mesmo. Futebol, por exemplo, preferem dizer ludopédio. E ainda, mozzarella pode ser escrita como mussarela ou muçarela.
Já que falamos também em dieta, a defesa do ex-deputado Roberto Jefferson, o delator do esquema do Mensalão, que também acabou sendo julgado e condenado, requereu o cumprimento de sua pena em regime domiciliar, haja vista a necessidade de uma dieta especial para seu quadro clínico, após ter sido tratado para uma provável neoplasia pancreática, alegando-se que o sistema carcerário não teria condições de prover-lhe a dieta e os demais cuidados necessários e pertinentes à sua situação.
Isto nos faz pensar em quantas pessoas neste país estariam passando por uma situação médica semelhante ou pior que a de Roberto Jefferson, mas que não têm recursos para manter uma dieta regular que contenha salmão defumado, geleia real, água de coco e leite livre de lactose, por exemplo, tampouco conseguem receber do SUS uma parte dos cuidados que serão dispensados a ele na prisão.
Se Roberto Jefferson realmente teve algum tipo de câncer no pâncreas, ele deve rezar e agradecer a Deus por todos os vindouros dias que Ele o teria concedido de acréscimo neste mundo, porque ele é um homem abençoado, apesar de alguns tropeços que ele possa dar. De acordo com o que aprendi na minha faculdade, o prognóstico de um tumor no pâncreas é reservado. A maioria dos pacientes com esse diagnóstico, como o ator americano Patrick Swayze, por exemplo, falecido em 2009, não sobrevive o bastante com alguma qualidade de vida satisfatória, lamentavelmente.
Se eu fosse um juiz, determinaria o fornecimento daquela dieta especial e dos demais cuidados pertinentes na prisão, mas mediante uma condição: que tudo fosse bancado por ele próprio. Nada mais justo, em vez de onerar mais ainda os cofres públicos, partindo do princípio de que ele e os demais envolvidos no Mensalão teoricamente auferiram algum lucro monetário com o esquema.
Portanto, de uma forma ou de outra, todos eles deveriam restituir aos cofres públicos os valores extraviados, além de bancarem as despesas de suas estadias nas cadeias. Era de se esperar também que teoricamente eles tivessem recursos para pagarem as multas que lhes foram aplicadas pelo STF (Supremo Tribunal Federal), mas, se os seus partidos preferiram arcar com aquelas despesas, que se há de fazer, não é mesmo??? À propósito, quem foi que pagou mesmo os honorários dos advogados deles???
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