Você soube da nova? Pretendem obrigar as auto-escolas a adquirirem simuladores de direção veicular, a partir do próximo ano, nos quais os aspirantes à carteira de habilitação terão algumas aulas práticas, antes de irem às ruas. Aparentemente, é uma boa inovação, que pode ajudar os aprendizes a adquirirem um pouco mais de confiança, antes de entrarem num veículo de verdade. Mas não vá pensando que é tão divertido como num video game. O programa simula algumas situações do trânsito no cotidiano, como chuvas, neblinas, congestionamentos, entre outros. Um protótipo do aparelho esteve em exposição no Salão do Automóvel de São Paulo, onde até a presidenta Dilma Housseff aproveitou para brincar.
O problema não está na medida em si. Qualquer atitude que traga mais segurança ao trânsito é bem-vinda. O problema é que essa medida faz parte de mais um dos abusos contra a população perpetrados pelo CONTRAN (Conselho Nacional de Trânsito), cujos benefícios ainda são incertos e que virão a encarecer mais ainda os processos de formação de condutores. Quando eles resolvem baixar essas medidas, é da noite para o dia. Ninguém foi consultado. Culpa nossa, porque demos-lhes cartas brancas para agirem dessa maneira.
O atual Código de Trânsito Brasileiro, que foi aprovado por nossos supostos representantes eleitos por nós, em 1997, foi concebido com muitas "brechas", muitos itens a serem regulamentados posteriormente, e isto deu margem para que os órgãos legisladores de trânsito soltem novas resoluções e portarias, de vez em quando, sempre com o intuito de onerar mais ainda as nossas vidas. Não se vê mais a sociedade civil se mobilizar contra medidas abusivas perpetradas por órgãos públicos. Aceitamos tudo calados. Ainda chamam isso aqui de democracia.
E onde estão nossos parlamentares, nessas horas, que não se posicionam contra essa farra de órgãos públicos federais outorgando leis à revelia, sem passar pelo crivo do Congresso??? Aqueles deputados federais que podem ganhar em um mês até o que eu ganho em um ano de trabalho, mas que trabalham apenas três dias por semana, estão omissos, em momentos como este, quando, como nossos representantes, eles mesmos deveriam cumprir seus papéis de legisladores, criando leis pertinentes ao trânsito completas, e quando deveriam se posicionar em nossa defesa.
O problema, meu caro, é que, no Brasil, não apenas entre os parlamentares, mas também entre os cidadãos, como já foi dito antes, cada um só pensa no seu.
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