Lição moral bastante atual

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A Pandemia pode ter passado, mas, onde você estiver, não se esqueça de mim.

A Pandemia pode ter passado, mas, onde você estiver, não se esqueça de mim.
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Falando em Pandemia, ela se foi, mas o Coronavírus continua entre nós, fazendo vítimas.

Falando em Pandemia, ela se foi, mas o Coronavírus continua entre nós, fazendo vítimas.
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segunda-feira, 25 de março de 2013

Mendicância


                          Lembrei-me, por estes dias, de um episódio que me aconteceu, nos tempos de faculdade, quando, quem estivesse aderido à comissão de formatura, além de pagar mensalidades, precisava, vez por outra, dar alguma contribuição a mais, não necessariamente em dinheiro, mas também em trabalho. Por exemplo, todos os anos, precisávamos vender uma rifa, para arrecadar fundos para os festejos de formatura. Cada associado recebia um carnê com algumas dezenas de pontos.

                          Pois bem. Numa dessas, estava chegando à faculdade, para mais um dia de aula, com meu carnê na mão, quando vi um de nossos professores chegando. Tentei vender um ponto da rifa justamente a ele, que era considerado um dos mais antipáticos da faculdade. Ele estava caminhando meio apressado, para nos dar uma aula, mas se virou para mim, apontou para uma varanda do prédio e disse calmamente: "Eu te jogo daqui de cima". Quando ele entrou na classe, fez o seguinte comentário com alguns colegas, referente a mim: "Ele é que certo, fazendo o trabalho dele. Eu é que sou meio mal educado mesmo".


                         Atualmente, por falta de vagas nos estacionamentos do meu hospital, me vejo obrigado a pagar mensalidades para guardar o carro, em um estacionamento próximo. Por vezes, tenho que deixar o veículo quase no meio da rua, quando não há vagas neste estacionamento, para que depois seja posto para dentro. Como se isto não bastasse, há um flanelinha que faz ponto nas ruas em frente à entrada principal do hospítal e que, às vezes, lava os carros guardados naquele estacionamento. Ele também costuma pedir esmolas aos transeuntes, principalmente aos médicos, muitos dos quais ele conhece-os pelos nomes. Ele também faz às vezes de repórter, porque ele sabe tudo que se passa naqueles quarteirões e ele sabe da vida de todo mundo que transita por aquele ambiente, no dia-a-dia. No entanto, quando ele me vê, ele não me dispensa. Sempre com a mãozinha estendida em supino. Nessas ocasiões, compreendo como deve ter se sentido aquele meu professor, quando lhe ofereci um ponto de rifa, e já não guardo mais tanta mágoa dele.
   
                          Estou escrevendo estas coisas porque me dei conta de que minha vida não mudou tanto assim, depois da faculdade, e ela também deve ter algo em comum com a vida daquele flanelinha. Ele deve achar que sou rico e, portanto, obrigado a sustentá-lo, mas cada um sabe onde o sapato lhe aperta.

Pedi e vos será dado! Procurai e achareis! Batei e a porta vos será aberta! Pois todo aquele que pede recebe; quem procura encontra; e a quem bate a porta será aberta.
Mateus 7, 7-8 

                          Como escrevi, algumas postagens atrás, ainda não consegui atingir meu steady state financeiro e profissional, pois ainda não consegui resumir minha vida ao mínimo de empregos possíveis que me propiciem horários e rendimentos fixos e que me permitam pagar minhas contas com alguma folga, ter mais tempo para estudar e descansar e viver com um mínimo de qualidade de vida. Será que estou pedindo muito??? Continuo sendo obrigado a viver de bicos e de ossos, como se fosse um cachorro. Estalam-se os dedos e vou correndo, com a cauda abanando, porque ainda preciso do que me oferecem para sobreviver.


                          Você já deve ter ouvido aquela velha piada do cachorro que entra na igreja, quando a porta está aberta. Assim como esse cachorro, também costumo entrar somente onde as portas estão abertas para mim e onde sei que serei bem-vindo. Assim como aquele flanelinha, as migalhas que me oferecem me ajudam a me sustentar, por isso ainda me sujeito à trabalhos eventuais nem sempre tão dignos.


                          Por essas e outras, estou plantando para colher mais adiante. Não digo por orgulho, mas pretendo nunca mais precisar de bicos para pagar as contas. Como já disse antes, pretendo viver apenas do que produzir em dias úteis e nos horários comerciais. Pretendo nunca mais deixar que me façam de burro de carga. Pretendo investir em concursos públicos para empregos na minha área de atuação, porque acredito que a ideia de carreira médica de Estado deve vingar, em um futuro não muito distante.

                          Meu tio Arimatéia é que estava certo. Concursos públicos para empregos públicos, melhor ainda se federais, relativamente estáveis, com salários razoáveis e incontáveis benefícios, como o status e o respeito adquiridos, por exemplo, é o que há.

                          Apesar de ainda ter que atravessar dias cinzentos e secos, como aqueles dias em que o mundo parece desabar na minha cabeça, sou grato à Deus por ter chegado aonde cheguei e nEle tenho esperança de ir cada vez mais longe. Ainda acredito que, um dia, poderei dizer "não", para algumas propostas de trabalho que realmente não valham a pena, à longo prazo, e cumprimentarei cordialmente com o dedo médio aqueles que me fecharam as portas, ao longo da vida. No entanto, continuarei sempre à disposição, quando o mundo precisar de mim, em dias que serão de luta e de glória.

                          

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