Em Jericoacoara, litoral cearense, no último feriadão, uma policial civil à paisana e de folga teria se envolvido numa confusão, na pousada em que ela se encontrava hospedada. Ela teria se sentido ofendida, quando não foi autorizada a usar a piscina fora do horário permitido, na companhia de pessoas que não estariam hospedadas lá, e uma funcionária do estabelecimento teria lhe pedido que colocasse uma máscara. A partir de então, a policial saiu andando pelo recinto, ostentando seu celular e falando alto, enquanto a funcionária seguia atrás dela, gravando em vídeo com seu celular, até que as duas começaram a se engalfinhar fisicamente.
Talvez a policial tenha errado por ter inicialmente se descuidado no uso da máscara, por se considerar no direito de ir coisas contra as regras da casa, pelo fato de ser policial, e por sair fazendo vídeo num espaço público, falando e incomodando os transeuntes, num horário inadequado. Talvez a funcionária tenha feito o vídeo no intuito de se resguardar em sua defesa, alegando estar fazendo seu trabalho, principalmente pelo fato de estar lidando com uma policial de folga e que, segundo ela, estaria com sinais de embriaguez etílica. No entanto, a funcionária também errou e correu um risco grande de se envolver numa tragédia maior, se aproximando demais da policial, que poderia estar armada, como aconteceu em Barbalha, também no feriadão, onde um policial civil também se envolveu numa confusão e acabou atirando e matando um homem desarmado.
Aqui não cabe advogar em favor de um lado ou de outro, mas deve ficar a lição de que não se deve agir com amadorismo, tampouco tirar conclusões precipitadas pela capa de um livro. Esta postagem, por exemplo, assim como todas neste blog, foi confeccionada com responsabilidade e com bases em distintas leituras dos fatos apresentados. Você vê que muitas pessoas têm por hábito sacar um celular com câmera, virar repórteres amadores e sair em busca de registrar algum evento interessante que pode virar notícia, quiçá buscando alguma fama, nas redes sociais, por vezes provocando esses eventos ou mesmo se envolvendo neles demais. Os repórteres profissionais devem ter algum tipo de treinamento e de discernimento para não se expor demais aos riscos de se envolver demais nas notícias e se tornar partes delas, das piores formas possíveis. Quantas vezes você já não ouviu falar de quem entrou em hospitais registrando o que via pela frente, apontando seus celulares para outras pessoas, principalmente funcionários, sem seus consentimentos? E quantos já não perderam suas vidas, tentando tirar selfies em situações, locais e posições inusitados e arriscados???
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