Qual é o homem que pode conhecer os desígnios de Deus? Ou quem pode imaginar o desígnio do Senhor? Na verdade, os pensamentos dos mortais são tímidos e nossas reflexões incertas. Porque o corpo corruptível torna pesada a alma e, tenda de argila, oprime a mente que pensa. Mal podemos conhecer o que há na terra, e com muito custo compreendemos o que está ao alcance de nossas mãos; quem, portanto, investigará o que há nos céus? Por acaso alguém teria conhecido o teu desígnio, sem que lhe desses Sabedoria e do alto lhe enviasses teu santo espírito? Só assim se tornaram retos os caminhos dos que estão na terra, e os homens aprenderam o que te agrada, e pela Sabedoria foram salvos'.
Sabedoria 9, 13-18
Quem puder se sentar, ler e refletir mais detidamente sobre essa passagem bíblica perceberá a genialidade dessa Palavra, que resume de maneira magistral as maiores limitações da existência humana, nos níveis individual e coletivo. Porque o homem só consegue ter alguma consciência e explicação do que acontece ao seu redor, e em parte dos bastidores de sua realidade material, até onde permite o alcance de seus sentidos. O conhecimento de Deus, um ser mais tangível pela fé e pela emoção do que pela razão, e todo o mundo espiritual que o envolve, é extremamente limitado e, se esse conhecimento nos fosse acessível, não caberia em nossa imaginação. A nossa própria matéria limita o nosso pleno conhecimento acerca do universo que nos envolve. Muito do que sabemos sobre a natureza ainda está na seara das teorias.
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