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A Pandemia pode ter passado, mas, onde você estiver, não se esqueça de mim.

A Pandemia pode ter passado, mas, onde você estiver, não se esqueça de mim.
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Falando em Pandemia, ela se foi, mas o Coronavírus continua entre nós, fazendo vítimas.

Falando em Pandemia, ela se foi, mas o Coronavírus continua entre nós, fazendo vítimas.
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sábado, 6 de dezembro de 2014

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                      Há uma semana, o senhor Roberto Bolaños, humorista e escritor mexicano, vulgo Chespirito, que se consagrou urbi et orbi com os personagens Chaves e Chapolin Colorado, foi para a oficina de Deus. Sua partida gerou um grande clima de comoção, não apenas no México, mas também em muitos outros países, especialmente no Brasil, onde seus personagens também caíram nas graças do público e fizeram parte da infância de muita gente. Então, a morte de Chespirito teve um sentido especial para nós, brasileiros, assim como teve a morte de Chico Anysio, em 2012.


                      Quando eu era menino, meu pai não gostava que eu visse as séries Chaves e Chapolin Colorado, porque ele temia que eu pudesse me tornar tão bobo como aqueles personagens. Hoje, ele mesmo assiste aos episódios das séries e ri daquele humor ingênuo. Espero que meus filhos façam o mesmo, quando eles chegarem.


                      A eternização de Chespirito, em particular, me toca, não somente porque seus personagens participaram da minha infância, mas também por ele ter a mesma idade de 85 anos do doutor João Barbosa Pires de Paula Pessoa, ilustre médico de nossa terra, que nos deixou há quase seis meses, mas que, antes disso, há quatro anos, quando me formei, foi homenageado, emprestando seu nome à nossa turma de faculdade, e também a mesma idade de 85 anos de meu avô materno, que se encontra lutando pela vida, numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI), há quase um mês.


                      A passagem de Chespirito também me deixa triste e enlutado, assim como qualquer ser humano de bem se sente, diante da morte de qualquer pessoa, rica ou pobre, cristã ou não, boa ou má, mesmo que não a conheça. Ninguém que conheço ficaria feliz com a morte de alguém. Neste caso, não é apenas mais um ser humano que parte. É mais um ser humano tido como bom, que fez tantas coisas boas, ajudando a tornar o mundo mais alegre, e que parte deixando saudades, principalmente para seus familiares e para outras pessoas de convívio mais próximo. Nós já devíamos saber que esse dia chegaria, cedo ou tarde, estando os mais diretamente envolvidos prontos ou não.


                      No entanto, analisando objetivamente a situação, vejo que a partida de Chespirito não deve interferir diretamente na minha vida, por exemplo. Ele, que estava em idade avançada e muito doente, já estava afastado do trabalho, há bastante tempo, mas conseguiu cumprir sua missão e seu ciclo de vida e deixou seu legado e sua marca no mundo, dos quais o público em geral deve usufruir ainda por muito tempo. Assim, o público não deve sentir diretamente tanto a sua falta. 


                      Não sei se você já reparou, mas acho que já foi conversado entre nós, que, quando alguém morre, geralmente a pessoa fica fria, indefesa, passiva e exposta, tornando-se o centro de todas as atenções, como jamais tinha sido em vida. E aqueles que passam e veem se sentem atraídos e olham para ver o cortejo fúnebre passando, e, às vezes, se aproximam para ver quem está no caixão, mesmo que a pessoa finada não seja uma pessoa pública. 


                      Agimos assim, porque somos tocados pela morte, quando nos lembramos de nossas fragilidades e de que ela pode chegar para qualquer um de nós ou de nossos entes queridos, a qualquer momento, estando prontos ou não. Então, como diz a passagem bíblica, "orai e vigiai, pois não sabeis o dia nem a hora". Só nos resta sermos solidários uns com os outros, nesses momentos, e rezarmos. Às vezes, quando alguém é arrebatado de nosso convívio, aqueles que ficam costumam se (re)unir. Por essas e outras que, na verdade, o que deve nos preocupar mais não são os mortos, mas aqueles que aqui permanecem e sofrem. Encerramos a postagem com um vídeo de Postcards from Heaven, de Lighthouse Family, para refletir.

 





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