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A Pandemia pode ter passado, mas, onde você estiver, não se esqueça de mim.

A Pandemia pode ter passado, mas, onde você estiver, não se esqueça de mim.
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Falando em Pandemia, ela se foi, mas o Coronavírus continua entre nós, fazendo vítimas.

Falando em Pandemia, ela se foi, mas o Coronavírus continua entre nós, fazendo vítimas.
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terça-feira, 22 de abril de 2014

Pedaços de mundo 2


                         Falando novamente da Crimeia, dito e feito. Seu desligamento da Ucrânia, seguido por sua integração à Rússia resultou na eclosão de movimentos separatistas em toda a Ucrânia. A desordem é tão grande que militantes pró-Rússia estão tomando prédios de repartições públicas, por exemplo. A Ucrânia já é um país relativamente pequeno e está se dissolvendo como pastilha antiácida.



                         Não dá para comparar o caso da Crimeia com o caso das Ilhas Falkland (Malvinas), porque, oficialmente, elas nunca fizeram parte do território argentino. Nunca houve um acordo formal e consensual entre os governos argentino e britânico a respeito disso. Além disso, os habitantes das ilhas sempre foram predominantemente de origem inglesa e eles nunca se consideraram argentinos. Ainda não entendemos porque os argentinos ainda fazem tanta questão de possuírem as Malvinas. Quiçá eles se sintam como se lhes tivessem arrancado um pedaço que nunca lhes pertenceu, mas que os atraiu de alguma forma, que eles passaram a desejar e acreditar ter o direito de possuí-lo. Parece paixão platônica de adolescente.


                         Você já imaginou uma crise como a da Crimeia acontecendo no Brasil? De fato, já houve uma situação mais complicada. Lembra-se da Revolução Farroupilha, um movimento separatista que visava separar as províncias do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, principalmente a primeira, do restante do país, que começou durante o período regencial, que foi aquele hiato entre a abdicação de dom Pedro I e a coroação de seu filho, dom Pedro II, quando este completou quinze anos de idade, em 1840?


                         Pois bem, aquele movimento resultou em dez anos de guerra civil entre as tropas do governo imperial e as milícias formadas nas duas províncias, que pretendiam se emancipar e formar a República Rio-Grandense e a República Juliana, respectivamente. A República Rio-Grandense foi mais longe. Chegou, inclusive, a promulgar uma constituição. Circularam boatos de que elas pretendiam se separar do Brasil para se unir ao Uruguai, que também já foi colônia do Brasil, durante alguns anos, após nossa independência, quando ele se chamava Província Cisplatina. Os revolucionários não conseguiram tudo o que queriam, mas tiveram algumas reivindicações atendidas. Não nos cabe julgar se a causa deles era justa ou não, embora aquela revolução tenha sido um movimento basicamente elitista, comandado por latifundiários e por militares dissidentes.


                          Onze anos antes da Revolução Farroupilha, logo após a independência do Brasil, foi deflagrada a Confederação do Equador, movimento republicano que visava separar algumas províncias nordestinas do restante do país, entre elas Ceará, onde o movimento foi conduzido por grandes nomes, como os integrantes da família Alencar, ancestrais do escritor José de Alencar, por exemplo. Atualmente, ainda há pessoas querendo separar o Nordeste do Brasil, não com o objetivo de torná-lo independente e mais desenvolvido, mas com a intenção pejorativa de expurgá-lo do país, quiçá movidas por frustrações de ordem pessoal. Outra vez, recomenda-se bom senso com o que se vai escrever nas redes sociais.


                          Mais recentemente, há cerca de vinte anos, houve um princípio de um novo movimento separatista, desta vez desarmado e de discussão ampla, ideológica e democrática, no Rio Grande do Sul, mas que foi prontamente sufocado pela Polícia Federal. Alguma mobilização neste sentido parece estar sendo retomada, abrangendo, desta vez, também Santa Catarina e Paraná.


                          O Estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, possui algumas peculiaridades que o diferenciam nitidamente do restante do Brasil, como, por exemplo, o fato de suas terras gaúchas terem sido mais intensamente colonizadas por povos de nações com culturas e línguas bem diferentes das culturas e línguas da antiga metrópole lusitana, tornando o modus vivendi da maior parte da população gaúcha atual bem distinto do restante do Brasil. Além das fortes influências culturais, étnicas e linguísticas estrangeiras, o povo gaúcho também está sujeito à condições climáticas mais adversas. Faz frio durante a maior parte do ano, mas há dias nos quais as temperaturas oscilam de uma ponta do termômetro à outra. O povo gaúcho aparentemente consegue viver com alguma qualidade de vida superior em relação aos outros brasileiros, embora também sofra com as mazelas de ser brasileiro, mas tudo isso tem um preço. O custo de vida por lá parece ser mais elevado. Um casal amigo que viajou recentemente à Gramado, por exemplo, por essas e outras razões, sentiu-se em outro país.


                          Se o Rio Grande do Sul viesse a se emancipar efetivamente do Brasil, para nós, em princípio, seria indiferente. Não ficaríamos mais pobres, nem mais ricos. No entanto, isso abriria um precedente perigoso. Imagine se outros Estados brasileiros também resolvessem se emancipar do Brasil, cada um com suas razões particulares e motivados pelo exemplo do Rio Grande do Sul. Logo mais, o Brasil ficaria empobrecido financeira, cultural e socialmente. Quiçá o Brasil que conhecemos como país deixasse de existir em definitivo, depois de fragmentado em países menores, cada um com suas peculiaridades, embora com o mesmo idioma, assim como aconteceu com os países latino-americanos de língua espanhola.


                         Cada um de nossos vizinhos conquistou sua emancipação, um após o outro, por meios litigiosos, inclusive armados, com interesses e culturas bastante divergentes. Cada um deles preferiu ficar no seu quadrado. Enquanto isso, nas possessões portuguesas das Américas, lutava-se para que elas se mantivessem íntegras e coesas em um bloco de terras chamado Brasil, principalmente após a vinda da Família Real para cá, elevando a colônia à condição de Reino Unido. Bloco esse que se expandiu, nos dois últimos séculos, inclusive porque nenhum de seus compartimentos teve forças política e bélica suficientes para se desapegar dele. O que, por um lado, foi bom, porque o Brasil manteve-se íntegro e, de certa forma, enriqueceu. Por outro lado, foi mal, porque não enriqueceu homogeneamente, e nenhuma região teve autonomia suficiente para seguir seu destino e explorar melhor seu potencial para evoluir.


                         Enfim, de qualquer maneira, o Brasil chegou até aqui coeso, como o conhecemos, e não merece se esfacelar como a Ucrânia. Então lançamos esta reflexão no dia de seu aniversário.



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