Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João e os levou a um alto monte, onde ficaram a sós. Ali ele foi transfigurado diante deles. Suas roupas se tornaram brancas, de um branco resplandecente, como nenhum lavandeiro no mundo seria capaz de branqueá-las. E apareceram diante deles Elias e Moisés, os quais conversavam com Jesus. Então Pedro disse a Jesus: "Mestre, é bom estarmos aqui. Façamos três tendas: uma para ti, uma para Moisés e uma para Elias".
Ele não sabia o que dizer, pois estavam apavorados. A seguir apareceu uma nuvem e os envolveu, e dela saiu uma voz, que disse: "Este é o meu Filho amado. Ouçam-no!". Repentinamente, quando olharam ao redor, não viram mais ninguém, a não ser Jesus. Enquanto desciam do monte, Jesus lhes ordenou que não contassem a ninguém o que tinham visto, até que o Filho do homem tivesse ressuscitado dos mortos.
Marcos 9, 2-9
A passagem do Evangelho acima aborda o clássico episódio da transfiguração de Jesus Cristo, quando ele vai à uma montanha a fim de orar, acompanhado por Pedro, Tiago e João, que, em determinado momento, veem Jesus ladeado por Moisés e Elias. O trecho destacado indica que os apóstolos supracitados teriam se proposto a armar tendas para que Jesus, Moisés e Elias se instalassem, pois, devido à sensação de bem estar, lá eles também pretendiam se instalar.
Quando visito Sobral, quase sempre tomo parte nas missas celebradas na Ermida São José, situada no começo da subida da Serra da Meruoca, em um ponto de onde é possível mirar a cidade inteira. Um lugar que transpira paz. Então, assim como aqueles apóstolos, também sinto vontade de me refugiar, de me acomodar, de ficar lá e de não mais descer a serra para não ter que retornar à Fortaleza e, consequentemente, retornar ao meu trabalho e ao meu turbulento cotidiano aqui embaixo.
Tudo bem que estar na casa de Deus é saudável, mas, em princípio, ela deve ser encarada apenas como um abrigo, até a chuva passar. Depois, você precisa sair ao ar livre e seguir seu caminho. Porque o melhor lugar para se provar que é um cristão de verdade é fora da igreja, levando para a vida o que se aprendeu lá dentro.
Por vezes, sinto vergonha de me declarar católico. Por vezes, me considero indigno desta condição, porque muitas vezes não me porto como tal e porque atuo como um covarde, quando estou em uma posição bem cômoda e segura, observando lá do alto do meu refúgio o mundo se acabando aqui embaixo, em vez de criar coragem e descer para tentar transformar o mundo, levando uma amostra do amor divino e enfrentando o cotidiano. Quem age desta maneira prova que é um cristão de verdade.
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