Nos Estados Unidos, todos os anos, é celebrado o tradicional feriado de Ação de Graças, sempre na penúltima ou na última quinta-feira do mês de novembro, de acordo com o ano. Desta feita, caiu na última quinta-feira deste mês, 28 de novembro. Trata-se de um feriado que lembra um pouco o dia de Corpus Christi católico, por ser sempre em uma quinta-feira, e lembra também um pouco o Natal, ocasião durante a qual também se serve um peru, na ceia em família. O mais interessante é que, pelo menos neste feriado, os americanos acabam fazendo como os brasileiros: "enforcam" a sexta-feira e emendam o feriado ao final de semana, criando um feriadão.
No Brasil, esta data também existe, pelo menos oficialmente, e foi instituída por um decreto do presidente Dutra, em 1947, inspirada na tradição norte-americana, mas não chegou a ser determinada como um feriado. Por isso, ela anda meio esquecida por aqui, sendo celebrada apenas por membros de algumas igrejas evangélicas, por alguns cursos de língua inglesa e por famílias de imigrantes procedentes dos Estados Unidos e do Canadá. Existe um movimento organizado por uma ONG (Organização Não-Governamental) que visa resgatar a tradição do Dia Nacional de Ação de Graças no Brasil, se é que, de fato, algum dia tivemos tal tradição, mas concordo que deveríamos ter, porque, apesar de nossas mazelas, temos muitas razões para celebrar e para agradecer à Deus, e porque somos um povo privilegiado.
A sexta-feira contígua com a quinta-feira de Ação de Graças é chamada de Black Friday ou "Sexta-Feira Negra", quiçá por ser um dia basicamente dedicado às atividades comerciais em caráter de liquidação. Muitas lojas abrem suas portas mais cedo, disponibilizando mercadorias com descontos bastante atraentes e aparentemente vantajosos. Isto leva muitas pessoas a acamparem ao relento e pernoitarem no frio, nas portas dessas lojas. Este é um costume que vem a se encaixar no padrão de vida consumista dos americanos, que, em geral, apresentam bons rendimentos, em comparação com cidadãos de outros países, o que os levam a trocar muito frequentemente seus bens de consumo duráveis, como automóveis e eletrodomésticos, por exemplo.
Esta tradição já está chegando ao Brasil, onde os rendimentos dos cidadãos em geral se elevaram, nos últimos dez anos, tornando-os também muito consumistas, ainda que esse consumismo os deixe muito endividados, mas o principal responsável por nosso endividamento e por nossa eventual inadimplência é o acesso ampliado e facilitado às mais diversas linhas de crédito. Além disso, as "Sextas-Feiras Negras" no Brasil têm-se mostrado enganosas. Há casos de lojas que, às vésperas do dia de preços promocionais, elevam os preços de alguns produtos em até 100%, para, em seguida, reduzi-los em 50%, causando a impressão, para os incautos consumidores, de estarem fazendo negócios vantajosos, quando, na verdade, estão trocando seis por meia dúzia. Este não é um problema exclusivo do Brasil. Há notícias de casos assim, na Venezuela, por exemplo, onde o governo já teria se posicionado e punido os responsáveis por supostas manipulações indevidas de preços.
Estas liquidações estilo Black Friday não esperam o feriado americano chegar. Elas já vem acontecendo em diversos lugares, desde o começo do mês. Estive em uma feira do tipo outlet, que eles chamavam de "bazar", em Fortaleza, na primeira semana do mês. Era uma feira que reunia algumas marcas consagradas de roupas e de calçados, principalmente femininos. Prometiam-se descontos de até 80 ou 90%. Mesmo assim, muitas mercadorias ainda não saiam por menos do que algumas centenas de reais, como aquela famosa calça de mais de trezentos reais, por exemplo, que aquela beneficiária do Bolsa-Família, disse, em entrevista para uma emissora de TV, que gostaria de comprar para sua filha de dezesseis anos. Se valeria a pena pagar aqueles valores por aquelas peças, por conta das grifes em jogo, ficaria por conta do gosto, do bom senso e dos recursos de cada um. Continuamos esta conversa logo mais.
Estas liquidações estilo Black Friday não esperam o feriado americano chegar. Elas já vem acontecendo em diversos lugares, desde o começo do mês. Estive em uma feira do tipo outlet, que eles chamavam de "bazar", em Fortaleza, na primeira semana do mês. Era uma feira que reunia algumas marcas consagradas de roupas e de calçados, principalmente femininos. Prometiam-se descontos de até 80 ou 90%. Mesmo assim, muitas mercadorias ainda não saiam por menos do que algumas centenas de reais, como aquela famosa calça de mais de trezentos reais, por exemplo, que aquela beneficiária do Bolsa-Família, disse, em entrevista para uma emissora de TV, que gostaria de comprar para sua filha de dezesseis anos. Se valeria a pena pagar aqueles valores por aquelas peças, por conta das grifes em jogo, ficaria por conta do gosto, do bom senso e dos recursos de cada um. Continuamos esta conversa logo mais.
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