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A Pandemia pode ter passado, mas, onde você estiver, não se esqueça de mim.

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Falando em Pandemia, ela se foi, mas o Coronavírus continua entre nós, fazendo vítimas.

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quinta-feira, 20 de junho de 2013

Insatisfação

         
           Nesta postagem, reformulo minha opinião emitida em postagem anterior, que talvez não tenha sido bem compreendida, assim como também custou-me um pouco até conseguir compreender o que está acontecendo no meu país, pois as principais notícias dos últimos dias, que versavam sobre a onda de protestos que se alastrou pelo Brasil, me surpreenderam, assim como surpreenderam o resto do mundo.


           Foi dito que as nossas mazelas não deveriam ser empecilhos para a realização de grandes eventos esportivos, porque todo mundo tem problemas, mas todo mundo também tem direito à arrumar sua casa para dar uma festa, de vez em quando. Pensando melhor, chegamos à conclusão de que o Brasil também não está muito em clima para festas, nos últimos tempos, ao contrário daquela imagem que a mídia sempre quer passar, tanto para os brasileiros como para os estrangeiros, aquela imagem de um povo festeiro em um país que vive em festa constantemente, embora, muitas vezes, no meu cotidiano, as pessoas que encontro em minhas andanças, pelas suas condutas, me passem esta impressão. A despeito disso, ainda há muita insatisfação, por todos os lados, o que explicaria a eclosão das manifestações nas principais avenidas.


           O Brasil tem potencial para ser anfitrião de grandes eventos internacionais, mas ainda se faz necessário ponderar bastante os custos e os benefícios de se trazer esses eventos para cá. Há quem diga, por exemplo, que as copas e as olimpíadas no Brasil servem para "fazer nosso filme", diante do resto do mundo, além de atrair turistas, gerando empregos e rendas para a população e para a nação. Em parte, concordo, mas este argumento ainda é passível de questionamentos.


           Para colher, é preciso plantar primeiro. Ou seja, para obter retornos, é preciso investir. Os investimentos feitos para esses eventos presentes e vindouros são questionáveis. O resultado são muitas obras atrasadas e superfaturadas, não apenas dos equipamentos esportivos, mas também de infraestruturas urbanas das cidades que vão sediar as competições, obras relacionadas com transportes terrestres e aéreos, saúde e segurança, por exemplo, e que, teoricamente, devem continuar beneficiando as populações, após os eventos. Destinar recursos para investir nessas obras é importante, mas, se esses recursos fossem melhor administrados, haveria mais verbas para serem empregados em coisas essenciais e prioritárias, como saúde e educação, por exemplo.


          Não me parece tão vantajoso para o Brasil e para os brasileiros realizar competições esportivas internacionais aqui, não apenas pelos investimentos, mas também por causa da exploração por parte da FIFA, por exemplo. Respeito aqueles que estão indo assistir pessoalmente aos jogos desta Copa das Confederações, especialmente aos da Seleção Brasileira. Trata-se de um direito que lhes cabe, o direito de ver a seleção de seu país jogando em sua cidade, numa partida válida por um campeonato internacional. Concordo que futebol é bom, futebol é bonito de se ver jogar, especialmente quando o time do seu coração entra em campo ou quando a nossa seleção entra em campo, com seu tradicional uniforme, composto por camisa amarela com detalhes verdes e azuis e calção azul. Confesso que sinto algum peso na consciência, porque a Seleção Brasileira veio jogar em minha cidade e não fiz um esforço maior para ir vê-los jogar pessoalmente, mas me esforcei e tomei como questão de honra ir ao show de sir Paul McCartney no Castelão, há pouco mais de um mês.


          Me perdoe, mas temo que aqueles que estão comprando ingressos para ir aos estádios estejam sendo roubados, de alguma forma. Se compensa desembolsar algumas centenas de reais por aqueles ingressos, especialmente quando se tratam de jogos da nossa seleção, isto depende da consciência e do gosto de cada um. O fato é que há um superfaturamento dos produtos que são comercializados dentro dos estádios, os quais não podem ser levados de casa pelos torcedores. Além disso, houve uma intensa queda de braço entre a FIFA e o governo brasileiro, ao longo dos últimos anos, para as realizações destas copas no Brasil, por conta de conflitos de interesses. A FIFA quis, por exemplo, pressionar o governo a não autorizar a venda de meias-entradas nos estádios, para estas copas, contrariando um direito que é concedido por leis federais, estaduais e municipais, para alguns grupos da sociedade, como estudantes e idosos, por exemplo.


          Afinal de contas, quem vai ganhar realmente com esses eventos esportivos no Brasil??? Seja qual for a resposta, fica evidente, para bons entendedores, que, o mais importante, neste momento, é cuidar da nossa essência, como nação, antes de sair fazendo propaganda enganosa deste país, pois aqueles que nos vêem e que vêm nos visitar têm o direito de saber quem somos, o que estamos passando e os riscos a que estão sujeitos vindo aqui.
         

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